
A Xiaomi Corporation acaba de revelar os seus resultados financeiros relativos ao terceiro trimestre de 2025, e os números mostram uma empresa em plena aceleração. A gigante tecnológica não só superou as expectativas do mercado, como alcançou um marco histórico no seu setor automóvel: pela primeira vez, a divisão de veículos elétricos (EV) deu lucro.
No total, a receita do Grupo atingiu os 113,1 mil milhões de yuans (cerca de 13,7 mil milhões de euros), representando um crescimento de 22,3% face ao ano anterior. Mas o dado mais impressionante reside no lucro líquido ajustado, que disparou 80,9% para os 11,3 mil milhões de yuans (aproximadamente 1,3 mil milhões de euros).
A aposta nos carros elétricos começa a pagar dividendos
A estratégia "Human x Car x Home" da marca parece estar a dar frutos mais cedo do que muitos analistas previam. O segmento de veículos elétricos inteligentes e novas iniciativas registou receitas de 29 mil milhões de yuans (3,5 mil milhões de euros), um salto massivo de 199% em comparação com o período homólogo.
Mais importante ainda, este segmento alcançou pela primeira vez um resultado operacional positivo de 700 milhões de yuans (84 milhões de euros). Isto significa que a Xiaomi deixou de perder dinheiro a fabricar carros e passou a lucrar com eles, um feito notável para uma empresa que entrou recentemente neste mercado ultracompetitivo.
O sucesso deve-se, em grande parte, ao desempenho do Xiaomi YU7. Posicionado como um SUV de luxo, o modelo liderou as vendas no seu segmento durante três meses consecutivos. No total, a marca entregou 108.796 veículos apenas no terceiro trimestre, elevando o total acumulado de 2025 para mais de 260.000 unidades.
Smartphones: O domínio do segmento Premium
No seu negócio tradicional de smartphones, a Xiaomi manteve a sua posição no pódio mundial. Com 43,3 milhões de unidades enviadas e uma quota de mercado global de 13,6%, a marca segurou o terceiro lugar pelo 21.º trimestre consecutivo.
A estratégia de "premiumização" está a funcionar, especialmente com o lançamento da série Xiaomi 17 em setembro. As vendas iniciais desta nova linha cresceram cerca de 30% em comparação com a geração anterior (Xiaomi 15). Modelos de topo como o Xiaomi 17 Pro e o Xiaomi 17 Pro Max representaram a grande maioria das vendas, mostrando que os consumidores estão dispostos a pagar mais pela tecnologia de ponta da marca.
Um ecossistema de mil milhões de dispositivos
A divisão de IoT (Internet das Coisas) e produtos de estilo de vida também continua a crescer, com receitas de 27,6 mil milhões de yuans (3,3 mil milhões de euros). Um marco simbólico foi atingido neste trimestre: o número de dispositivos conectados à plataforma AIoT da Xiaomi (excluindo smartphones e portáteis) ultrapassou a barreira de mil milhões.
Para sustentar este crescimento, a empresa inaugurou oficialmente a sua fábrica de eletrodomésticos inteligentes em outubro, capaz de produzir até 7 milhões de unidades de ar condicionado por ano, cobrindo todo o processo desde o design até ao fabrico.
Investimento massivo em I&D e o novo HyperOS 3
Para manter a liderança tecnológica, a Xiaomi investiu um valor recorde de 9,1 mil milhões de yuans (1,1 mil milhões de euros) em Pesquisa e Desenvolvimento (I&D) apenas neste trimestre.
Este esforço reflete-se não só no hardware, mas também no software, com o lançamento oficial do HyperOS 3. O novo sistema operativo promete melhorias significativas na experiência de utilização e capacidades de Inteligência Artificial, servindo como a espinha dorsal que une os telemóveis, os carros e os produtos domésticos da marca.
Com mais de 340 mil milhões de yuans de receita acumulada nos primeiros nove meses de 2025, a Xiaomi aproxima-se rapidamente dos valores totais registados em todo o ano de 2024, consolidando a sua transformação de fabricante de telemóveis para gigante tecnológica global do setor automóvel e doméstico.










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