
A indústria do entretenimento prepara-se para um terramoto. A Netflix encontra-se em negociações exclusivas para adquirir os estúdios de cinema e televisão da Warner Bros. Discovery, bem como o serviço de streaming HBO Max, segundo avançam fontes da Bloomberg.
Esta movimentação sugere que a gigante do streaming apresentou uma proposta superior à dos seus rivais, incluindo a Paramount Skydance Corp (controlada por Larry Ellison) e a Comcast, dona da NBCUniversal. Se o acordo for consumado, o que poderá acontecer dentro de poucos dias, a paisagem de Hollywood e do mercado de streaming mudará irremediavelmente.
A divisão do império: O que a Netflix leva para casa
O negócio desenhado por David Zaslav, CEO da Warner Bros. Discovery, envolve uma reestruturação complexa. A Netflix passaria a ser a proprietária da prestigiada rede HBO e da sua vasta biblioteca de séries icónicas, como The Sopranos e Game of Thrones. Além disso, o pacote inclui os históricos estúdios de Burbank e um arquivo massivo de cinema e televisão, composto por cerca de 12.500 longas-metragens e 2.400 séries de TV. Propriedades intelectuais de peso, como Batman, O Senhor dos Anéis e Friends, passariam para as mãos da Netflix.
No entanto, nem tudo está incluído. Os canais de cabo da Warner Bros. Discovery, como a CNN, TBS e TNT, avaliados em mais de 60 mil milhões de dólares, ficariam de fora deste acordo, sendo separados da empresa principal antes do fecho da transação.
A oferta da Netflix ronda os 28 dólares por ação (excluindo os ativos de cabo), um valor significativo considerando que as ações chegaram a valer apenas 7,50 dólares no início deste ano. Para demonstrar a seriedade da proposta e mitigar receios regulatórios, a Netflix ofereceu uma "taxa de rutura" (breakup fee) de 5 mil milhões de dólares, caso o negócio seja chumbado pelas autoridades competentes.
Obstáculos regulatórios e o futuro do cinema
Este negócio representa uma mudança de estratégia para a Netflix, que historicamente privilegiou o crescimento orgânico em detrimento de grandes aquisições. A compra não está, contudo, isenta de riscos. Espera-se um escrutínio apertado por parte da FCC e até do Presidente Trump, que alegadamente mantém laços próximos com Larry Ellison, proprietário da concorrente Paramount Skydance.
A Paramount, cujos advogados criticaram o processo de venda alegando que este tinha um "resultado predeterminado" a favor de um único licitante, argumentou que a sua proposta seria mais facilmente aceite pelos reguladores globais.
Resta ainda saber qual será o impacto para os cinéfilos. Ted Sarandos, co-CEO da Netflix, já classificou as salas de cinema como um "conceito ultrapassado". Com a aquisição de um estúdio centenário como a Warner Bros., a dúvida persiste sobre se a Netflix honrará os compromissos de estreias em sala ou se fundirá todo o catálogo diretamente no seu serviço de streaming.










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