O fim do Windows 10 está oficialmente marcado. A Microsoft definiu a data de encerramento do suporte para 14 de outubro de 2025, momento após o qual o sistema operativo deixará de receber atualizações regulares. Para quem não aderir ao programa de Atualizações de Segurança Estendidas (ESU) — que terá custos, embora existam alguns métodos gratuitos e uma exceção na UE que permite atualizações por mais um ano — o destino parece traçado.
No entanto, para os utilizadores empresariais que pagam pelo programa ESU, a extensão é de apenas três anos. Contudo, existe uma edição especial do sistema operativo que desafia este prazo: a versão LTSC (Long-Term Servicing Channel). A versão mais recente, lançada em 2021, tem suporte garantido até 2031. Embora a Microsoft provavelmente não deseje que o consumidor comum utilize esta versão, ela representa uma alternativa para quem recusa a atualização para o Windows 11 ou a mudança para Linux.
O que distingue o Windows 10 LTSC?
O Windows é geralmente disponibilizado numa vasta gama de edições, incluindo as empresariais. Mas as versões LTSC são uma variante especial, mesmo dentro desse nicho. Ao contrário do modelo de "Windows as a Service" (Windows como Serviço) das versões gerais, as edições LTSC ficam "congeladas no tempo" no que toca a funcionalidades.
Estas versões recebem apenas atualizações de segurança e podem ter certas funcionalidades desativadas de origem. O período de suporte é fixado em 10 anos a partir do lançamento original, não sendo necessárias atualizações de funcionalidades para manter o suporte ativo. O Windows 10 teve vários lançamentos LTSC: em 2015, 2016, 2019 e, mais recentemente, em 2021. É esta última versão que garante suporte até 2031, muito além do que os utilizadores domésticos terão acesso.
A Microsoft sublinha que esta versão não se destina à implementação na maioria dos computadores, nem mesmo dentro de uma empresa, sendo focada em dispositivos com propósitos muito específicos (como sistemas de controlo industrial ou caixas multibanco) em vez de máquinas de uso geral.
Uma experiência familiar, mas mais limpa
Pode ser surpreendente, mas utilizar o Windows 10 Enterprise LTSC 2021 não é muito diferente de usar a versão normal do sistema. Baseado na versão 21H2 — lançada no mesmo ano que o Windows 11 —, o sistema oferece uma experiência muito semelhante, uma vez que o Windows 10 não recebeu grandes novidades funcionais desde então.
Em certos aspetos, a experiência pode até ser considerada superior. Por ser uma versão focada na estabilidade e "limpeza", não inclui funcionalidades introduzidas posteriormente no ecossistema, como o Copilot. É, na sua essência, um Windows 10 funcional e despojado de "bloatware".
Embora tenha alguns anos, esta versão inclui o navegador Microsoft Edge baseado em Chromium, sendo perfeitamente utilizável para a navegação moderna, e permite a instalação de qualquer outro browser.
Os obstáculos e riscos a considerar
Apesar das vantagens na longevidade do suporte, a adoção do LTSC por utilizadores domésticos apresenta barreiras significativas. O primeiro grande obstáculo é o licenciamento: estas versões não se destinam ao público geral, o que torna a obtenção de uma licença legítima um desafio considerável. Embora seja possível encontrar a imagem do sistema (ISO) online, isso obriga o utilizador a confiar em fontes não oficiais, o que acarreta riscos de segurança.
Além disso, o Windows 10 Enterprise LTSC não inclui a Microsoft Store nem as aplicações fornecidas através dela. Isto significa que ferramentas como o "App Installer", necessário para formatos MSIXBUNDLE, não estão presentes. Embora existam métodos para contornar estas limitações e instalar a loja manualmente, requer algum conhecimento técnico.
Para quem procura manter-se num ambiente familiar sem sacrificar a segurança, o LTSC resolve o problema imediato do fim do suporte em 2025. No entanto, é provável que, com o tempo, as aplicações de terceiros deixem de suportar o Windows 10, independentemente da versão que se esteja a utilizar. É uma solução que prolonga a vida do computador, mas que exige ponderação sobre os prós e contras de sair do ecossistema de consumo tradicional.
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