A resposta da OpenAI ao domínio recente da Google chegou, e é contundente. No mesmo dia em que a empresa firmou um acordo de licenciamento do Sora com a Disney, foi levantado o véu sobre o GPT-5.2. A OpenAI promove este novo modelo como o seu sistema mais capaz até à data para uso profissional e no mundo real, marcando uma tentativa agressiva de recuperar o trono da inteligência artificial.
Segundo a tecnológica liderada por Sam Altman, este modelo apresenta melhorias substanciais na criação de folhas de cálculo, construção de apresentações, programação, perceção de imagens e gestão de projetos complexos de várias etapas. "É mais fiável para o trabalho de conhecimento diário", garante a empresa, destacando uma redução de 30% na frequência de erros factuais (alucinações) em comparação com o seu antecessor.
Desempenho perfeito em matemática e "Modo Pensamento"
A grande estrela deste lançamento é a variante GPT-5.2 Thinking, a versão mais avançada do sistema. Numa série de 10 benchmarks destacados pela empresa, esta variante superou o GPT-5.1 — que já era uma referência — por uma margem significativa.
O resultado mais impressionante surgiu no teste AIME 2025, que envolve 30 problemas matemáticos desafiantes. O GPT-5.2 Thinking obteve uma pontuação perfeita de 100%, superando os já respeitáveis 94% do modelo anterior, e fê-lo sem recorrer a ferramentas externas como a pesquisa na web. Já no benchmark ARC-AGI-1, que testa a capacidade de raciocínio abstrato semelhante ao humano, o novo sistema bateu o seu antecessor por mais de 10 pontos percentuais.
A OpenAI está a disponibilizar três versões distintas:
Instant: Um "cavalo de batalha" rápido para tarefas diárias e aprendizagem, com um tom de conversação mais natural.
Thinking: Focado em raciocínio profundo e resolução de problemas complexos.
Pro: A versão mais robusta para utilizadores exigentes.
O contexto da "Guerra da IA": Recuperar o atraso face à Google
Este lançamento não acontece num vácuo. A pressão sobre a OpenAI tem vindo a aumentar consideravelmente. O lançamento do GPT-5 original, no início de 2025, ficou aquém das expectativas, com utilizadores a queixarem-se de respostas "pouco inteligentes" e de uma personalidade aborrecida, o que levou muitos a pedir o regresso do antigo GPT-4o.
A situação agravou-se quando a Google lançou o Gemini 3 Pro, que rapidamente saltou para o topo da LMArena (o site de referência onde humanos classificam os outputs de IA). Antes do dia de hoje, o modelo anterior da OpenAI, o GPT-5.1, ocupava apenas o sexto lugar na classificação, atrás de sistemas da Anthropic e da xAI de Elon Musk.
Para uma empresa que assinou recentemente acordos de infraestrutura no valor de 1,4 biliões de dólares (trillions na escala curta), estar fora do pódio não era uma opção. Este cenário levou Sam Altman a declarar internamente um "código vermelho" para acelerar o desenvolvimento do ChatGPT, culminando agora neste lançamento.
Os novos modelos GPT-5.2 já começaram a ser disponibilizados para os utilizadores com planos pagos. Numa nota para quem prefere a estabilidade, a OpenAI confirmou que o GPT-5.1 continuará disponível como um modelo "legacy" durante os próximos três meses.
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