
A indústria global de fabrico de semicondutores continua a mostrar uma vitalidade impressionante. Segundo os dados mais recentes referentes ao terceiro trimestre de 2025, as dez principais fabricantes de chips do mundo registaram um crescimento sólido, impulsionadas pela procura incessante por tecnologias avançadas.
Conforme reportado pela IT Home, baseando-se nos dados da TrendForce, a receita combinada destas empresas aumentou 8,1% em relação ao trimestre anterior, atingindo a impressionante marca de 45,09 mil milhões de dólares. Este cenário reflete não apenas a saúde do setor, mas também o interesse estratégico de gigantes tecnológicas que, embora não sejam fabricantes, dependem destes componentes para as suas ambições, como é o caso da Xiaomi.
Gigantes mantêm posições, mas há novidades no ranking
A estabilidade reinou no topo da tabela durante o terceiro trimestre de 2025. O mercado continua a ser dominado pelos suspeitos do costume, com a TSMC e a Samsung Foundry a liderarem o pelotão, seguidas por um grupo competitivo que inclui a SMIC, UMC e GlobalFoundries.
No entanto, houve mexidas interessantes a meio da tabela. A Chip Integrated Circuits conseguiu ultrapassar a Tower Semiconductor em receitas trimestrais, subindo para o oitavo lugar. Este movimento sinaliza um aumento da competitividade nos nós de processo maduros e especializados, provando que o mercado não vive apenas da litografia de ponta, embora esta continue a ser o motor financeiro principal.
A "febre" da IA e o Snapdragon 8 Elite
O que está realmente a alimentar este crescimento? A resposta reside, sem surpresas, na Inteligência Artificial (IA) e na computação de alto desempenho (HPC). A TrendForce destaca que as tecnologias de processo avançadas, especificamente de 7nm e inferiores, foram as grandes responsáveis pelo aumento da receita.
Estes nós avançados são cruciais para os "SoCs" (System on Chip) que equipam os smartphones modernos e aceleradores de IA. Plataformas de topo como o Snapdragon 8 Elite são exemplos perfeitos da tecnologia que exige este tipo de fabrico de precisão, sendo vitais para marcas como a Xiaomi ou a Apple manterem a competitividade dos seus dispositivos premium.
Onde fica o projeto XRING da Xiaomi?
Com o crescimento do setor, surge frequentemente a questão entre os entusiastas: poderá a divisão de chips da Xiaomi, conhecida pelos seus projetos XRING, entrar para o top 10 das fabricantes mundiais? A análise da indústria sugere que, a curto prazo, esse cenário é improvável.
O projeto XRING posiciona-se mais como uma iniciativa estratégica interna de silício personalizado do que como um serviço de fabrico comercial em larga escala. O objetivo da marca chinesa não passa por competir diretamente com as "foundries" estabelecidas, que possuem décadas de experiência e investimentos de capital colossais.
Em vez disso, o foco está na otimização: criar chips que melhorem a eficiência energética e o desempenho dos seus próprios dispositivos, integrando-os profundamente com o ecossistema HyperOS. Esta independência tecnológica permite à marca diferenciar-se sem necessitar de entrar na guerra direta do fabrico de chips para terceiros.
O que esperar do final de 2025?
Apesar do otimismo do terceiro trimestre, as previsões para o final do ano pedem alguma cautela. A TrendForce projeta que o ímpeto de crescimento será mais moderado no quarto trimestre de 2025. Com o aumento dos preços da memória e uma cadeia de abastecimento global que já olha para 2026 com prudência, tanto as fabricantes como os clientes estão a adotar planos de produção mais conservadores.
Mesmo com uma possível recuperação na procura dos setores automóvel e de controlo industrial, espera-se que o crescimento das receitas das dez principais fabricantes abrande significativamente na reta final do ano.










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