
A montanha-russa do mercado das criptomoedas voltou a fazer das suas, deixando os investidores com os nervos à flor da pele neste final de 2025. Depois de ter atingido um máximo histórico impressionante em outubro, a moeda digital mais famosa do mundo entrou numa espiral descendente, levantando novamente questões sobre a sua estabilidade como reserva de valor.
O fim da euforia e o impacto da alavancagem
Parece que a festa acabou, pelo menos por agora. No dia 14 de dezembro, o Bitcoin oscilou em torno da marca dos 90.000 dólares (aproximadamente 86.000 euros), o que representa uma queda abrupta de quase 29% em relação ao seu pico de 126.000 dólares registado apenas dois meses antes, em outubro.
Esta reversão dramática eliminou grande parte dos ganhos acumulados durante o ano, revertendo o sentimento de euforia que dominava o setor. Segundo os dados da YCharts, o ativo digital fechou a negociação nos 90.257 dólares, confirmando a tendência de arrefecimento do mercado.
O principal culpado apontado pelos analistas é o "desmonte de alavancagem". Basicamente, o mercado estava demasiado exposto a empréstimos para investir, e quando os preços começaram a corrigir, gerou-se uma bola de neve de vendas forçadas. Só em dezembro, mais de 400 milhões de dólares em posições alavancadas foram liquidados em diversos ativos principais, sacudindo a confiança dos "traders".
Tarifas de Trump e liquidações massivas
O declínio não foi suave; foi pontuado por eventos de pânico. O momento mais crítico ocorreu a 10 de outubro, num dia que ficará para a história pelas piores razões. Nessa data, ocorreu uma quebra repentina (flash crash) que eliminou mais de 19 mil milhões de dólares em posições alavancadas num piscar de olhos.
O gatilho para este colapso foi geopolítico. O Bitcoin afundou 14% num único dia, caindo para cerca de 105.000 dólares, imediatamente após o Presidente dos EUA, Donald Trump, ter anunciado uma tarifa agressiva de 100% sobre as importações chinesas. Este anúncio enviou ondas de choque pelos mercados globais, e as criptomoedas, sendo ativos de alto risco, foram das primeiras a sofrer.
Conforme reportado pela Reuters, estes eventos reacenderam o eterno debate sobre se o Bitcoin pode realmente ser considerado uma reserva de valor segura ou se continua a ser um ativo especulativo altamente sensível aos humores macroeconómicos e políticos. Para já, os investidores preparam-se para um final de 2025 com muito mais cautela do que entusiasmo.










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