
A Tesla iniciou uma nova e crucial fase no desenvolvimento da sua tecnologia de condução autónoma. A empresa começou a testar os seus "robotáxis" nas ruas de Austin, no Texas, sem qualquer supervisor de segurança humano no interior do veículo. Este é um passo fundamental para o objetivo da marca de lançar um serviço comercial de táxis autónomos previsto para 2026.
A confirmação deste marco foi dada pelo próprio CEO, Elon Musk, na rede social X (antigo Twitter), após terem surgido vídeos de veículos Tesla Model Y a circular na via pública sem ocupantes. "Os testes estão a decorrer sem ocupantes no carro", escreveu Musk. A novidade foi bem recebida pelos mercados, com as ações da Tesla a subirem até 4,9%, atingindo os 481,37 dólares (aproximadamente 463 euros), aproximando-se do valor mais alto do último ano, segundo relata a Reuters.
Este desenvolvimento surge apenas uma semana depois de Musk ter previsto, durante um evento da xAI, que a empresa removeria os monitores de segurança "nas próximas três semanas". Até agora, o serviço limitado de robotáxi, lançado em junho em Austin, utilizava veículos Model Y modificados que exigiam a presença de um humano no banco do passageiro para supervisionar a viagem.
A corrida contra a Waymo e os desafios de segurança
Com este avanço, a Tesla posiciona-se numa competição mais direta com a Waymo, da Alphabet, que atualmente lidera o mercado de veículos autónomos nos Estados Unidos. A Waymo regista já cerca de 450.000 viagens pagas por semana em várias cidades e acumula mais de 160 milhões de quilómetros percorridos de forma totalmente autónoma.
No entanto, a transição da Tesla para veículos sem condutor levanta algumas questões de segurança. Desde junho, a empresa reportou pelo menos sete acidentes envolvendo os seus robotáxis em Austin, mesmo com a presença de monitores de segurança prontos a intervir. Os relatórios federais de incidentes indicam que a frota de testes registou acidentes aproximadamente a cada 62.000 milhas (cerca de 100.000 quilómetros), uma taxa de incidência superior à dos condutores humanos.
O caminho para 2026 e o Cybercab
Grande parte da valorização de mercado da Tesla, que ronda os 1,53 biliões de dólares, depende da confiança dos investidores na sua tecnologia de condução autónoma e no futuro negócio de robotáxis, apesar de a maioria das receitas ainda provir da venda de veículos elétricos tradicionais. A empresa planeia iniciar a produção do seu veículo dedicado, o Cybercab — que não terá volante nem pedais — em abril de 2026.
Elon Musk tem vindo a ajustar os cronogramas para este serviço. Se em julho previa que a Tesla operasse corridas autónomas cobrindo "metade da população dos EUA" até ao final de 2025, em outubro adotou um tom mais cauteloso. O CEO enfatizou a necessidade de ser "realmente paranoico sobre a implementação", reconhecendo que "mesmo um acidente será notícia de primeira página em todo o mundo".
Atualmente, a meta da empresa é duplicar a sua frota em Austin para cerca de 60 veículos até ao final de dezembro, um número que fica bastante aquém das projeções anteriores de 500 unidades.










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