
As tendências atuais na cadeia de fornecimento de componentes tecnológicos indicam que os consumidores poderão começar a sentir no bolso o aumento dos custos de produção. De acordo com as mais recentes informações da indústria, o custo crescente das memórias está a ter um impacto direto nas linhas de produtos da Xiaomi, com revisões de preços em tablets já existentes e possíveis cortes nas especificações de futuros smartphones de gama média.
Esta situação reflete uma pressão global sobre os fabricantes, que se veem obrigados a ajustar as suas estratégias para manter a sustentabilidade num mercado cada vez mais competitivo.
Aumento de preços nos tablets e componentes
Segundo informações avançadas pelo conhecido leaker Digital Chat Station e reportadas pelo IT Home, alguns tablets da marca Xiaomi sofreram um aumento de preço entre 100 e 300 yuans (aproximadamente entre 13 e 40 euros, numa conversão direta). Este movimento é atribuído diretamente ao aumento dos preços dos componentes de memória.
Não é apenas a Xiaomi que enfrenta este desafio. Outras marcas de smartphones estarão, supostamente, a preparar-se para realizar ajustes semelhantes nos seus dispositivos de gama média existentes, com aumentos que podem oscilar na mesma faixa de valores. Chips de memória como LPDDR e NAND tornaram-se uma fatia significativa do custo dos materiais (BOM) de um smartphone Android, especialmente num segmento onde a oferta de maior capacidade de armazenamento e RAM é um fator decisivo para os consumidores.
Para uma empresa como a Xiaomi, historicamente conhecida por oferecer especificações agressivas a preços competitivos, esta tendência de custos elevados obriga a um equilíbrio delicado entre manter a atratividade dos produtos e assegurar as margens de lucro.
O fim do 1 TB na gama média em 2026?
Uma das implicações mais notáveis destes custos de produção poderá ser vista nas futuras gerações de smartphones. Relatórios sugerem que alguns novos modelos de gama média esperados para 2026 poderão deixar de oferecer variantes com 1 TB de armazenamento.
Embora os topos de gama continuem, previsivelmente, a suportar variantes de armazenamento elevado, os dispositivos de gama média deverão focar-se em configurações mais equilibradas para manter os preços sob controlo. Esta abordagem complementaria a estratégia da Xiaomi de otimizar o seu hardware para garantir a sustentabilidade nos segmentos onde opera. Consequentemente, os consumidores poderão ver menos opções de armazenamento ultra-elevado em telefones de segmento médio, em troca de uma estrutura de preços mais estável nas variantes base.
Análises de mercado recentes, como as da TrendForce, indicam que a expectativa de aumento dos preços das memórias no início de 2026 está a colocar pressão adicional sobre as marcas de smartphones, tablets e portáteis. Assim, é provável que vejamos mais fabricantes a redefinir as especificações nos segmentos mais económicos, enquanto a superioridade de recursos permanecerá nas marcas líderes com melhores capacidades de gestão da cadeia de fornecimento.










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