
A corrida pela liderança no setor da Inteligência Artificial continua ao rubro neste final de 2025, e os grandes gigantes tecnológicos não mostram sinais de abrandamento nos seus investimentos. Desta vez, é a Amazon que parece estar pronta para abrir os cordões à bolsa, estando em discussões iniciais para investir uns impressionantes 10 mil milhões de dólares na criadora do ChatGPT.
Segundo avançado pela CNBC, este potencial acordo não envolve apenas capital financeiro, mas também uma parceria estratégica focada em hardware. Caso o negócio se concretize, a OpenAI passaria a utilizar os chips de IA da própria Amazon, conhecidos como Trainium, para treinar e executar os seus modelos. Esta movimentação elevaria a avaliação da OpenAI para valores superiores a 500 mil milhões de dólares.
Diversificação no hardware e na "nuvem"
A estratégia da Amazon parece clara: diversificar as suas apostas no tabuleiro da IA. Recorde-se que a gigante do comércio eletrónico já investiu 8 mil milhões de dólares na Anthropic, a principal rival da OpenAI. Ao negociar agora com a empresa liderada por Sam Altman, a Amazon procura garantir que a sua infraestrutura de nuvem, a AWS, e os seus chips proprietários se tornam a espinha dorsal de todo o ecossistema de IA, independentemente de quem ganhe a guerra dos modelos de linguagem.
Recentemente, a Amazon revelou a mais recente iteração dos seus processadores Trainium, desenhados especificamente para competir com as soluções da Nvidia, que até agora dominam o mercado. Trazer a OpenAI para a sua lista de clientes seria uma validação massiva para o hardware da Amazon, reduzindo a dependência da indústria face às GPUs H100 e Blackwell da concorrência.
O ciclo dos "negócios circulares"
Este possível acordo surge poucos meses após a OpenAI ter completado a sua transição para um modelo com fins lucrativos, uma mudança que lhe conferiu maior liberdade para procurar investidores para além da Microsoft, que detém uma participação de 27% na empresa.
O investimento da Amazon encaixa-se numa tendência crescente de "negócios circulares" no setor tecnológico. Essencialmente, os grandes fornecedores de nuvem e fabricantes de hardware investem em startups de IA, com a contrapartida de que essas mesmas startups utilizem o dinheiro para alugar os servidores ou comprar os chips dos investidores.
A OpenAI tem sido prolífica nesta abordagem. Em março passado, investiu na CoreWeave, que por sua vez usou os fundos para comprar chips da Nvidia — chips esses que alimentam a própria OpenAI. Mais recentemente, em outubro, a empresa assinou acordos com a AMD e a Broadcom para o fornecimento e desenvolvimento de chips. Agora, com a Amazon na equação, a teia de influências e dependências no mundo da Inteligência Artificial torna-se ainda mais complexa e interligada.
Até ao momento, nem a Amazon nem a OpenAI comentaram oficialmente as negociações.










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