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A X (anteriormente conhecida como Twitter) deu início à implementação de um novo sistema de verificação de idade, uma medida para cumprir com novas e rigorosas leis de segurança online na Europa. No entanto, o que deveria ser um passo para proteger os utilizadores transformou-se numa fonte de frustração e controvérsia, com a funcionalidade a apresentar falhas técnicas e, aparentemente, a exigir uma subscrição paga para funcionar.

A segurança agora paga-se? A controversa ligação ao X Premium

A principal queixa que ecoa pela plataforma é a aparente necessidade de subscrever o serviço X Premium para conseguir verificar a idade. Utilizadores que tentam seguir as instruções deparam-se com um beco sem saída, a menos que adiram ao plano pago, que em Portugal ronda os 8€ por mês ou 84€ por ano.

Esta abordagem gerou uma onda de críticas, com muitos a acusarem a plataforma de Elon Musk de monetizar uma funcionalidade de segurança essencial. "A X a implementar a verificação de idade mas também a esconder a verificação de identidade atrás de uma paywall premium", observou um utilizador, resumindo o sentimento geral de frustração.

A medida, que entrou em vigor a 26 de julho de 2025, aplica-se globalmente, apanhando de surpresa utilizadores fora do espaço europeu, como no México, que também estão a ser confrontados com os pedidos de verificação.

Um sistema caótico e com falhas técnicas

Para agravar a situação, a implementação tem sido marcada pelo caos. As instruções fornecidas pelo assistente de IA da plataforma, o Grok, orientam os utilizadores para um menu de configurações que, segundo inúmeros relatos, simplesmente não existe ou não apresenta as opções mencionadas.

"Para verificar a sua idade no X: Abra Definições > Privacidade e segurança > Conteúdo que vê. Se solicitado para verificação de idade, escolha a estimativa de idade facial (carregar uma selfie ao vivo) ou verificação de ID (submeter um documento de identificação emitido pelo governo)", indica a resposta automática do Grok.

Contudo, as respostas a esta instrução são um mar de queixas. "Essa definição literalmente não existe e não há forma de contactar o suporte através do site", comentou um utilizador. "Não vejo isso?!?", afirmou outro, evidenciando a confusão generalizada.

O porquê da mudança: novas leis na Europa

Na origem desta mudança estão regulamentos como a Lei da Segurança Online do Reino Unido e o Digital Services Act da União Europeia, que obrigam as plataformas a tomar medidas mais robustas para impedir que menores de 18 anos acedam a conteúdo sensível ou pornográfico.

Se um utilizador for considerado menor de idade, a X restringe automaticamente o acesso a este tipo de conteúdo. Se a idade não puder ser determinada, a plataforma aplica as restrições por defeito até que a verificação seja concluída, o que, para muitos, significa pagar. A situação já levou a um aumento significativo no uso de VPNs por parte de utilizadores que procuram contornar estas e outras restrições.

Como funciona (ou deveria funcionar) a verificação?

O sistema da X foi desenhado para usar várias camadas de análise. Inicialmente, tenta validar a idade através de dados já fornecidos, como a data de nascimento no registo ou contas verificadas antigas.

Quando estes sinais não são suficientes, a plataforma recorre a métodos de estimativa baseados no endereço de e-mail ou na rede de contactos do utilizador. Como último recurso, deveria oferecer a opção de verificação por selfie ou através de um documento de identificação, processo esse que é gerido por empresas terceiras como a Au10tix, Persona e Stripe. É precisamente este último passo que parece estar a falhar e a ser indevidamente associado à subscrição paga, deixando milhares de utilizadores num limbo digital.