
A Meta está a preparar-se para dar um novo e importante passo no mundo da realidade aumentada com o lançamento dos seus primeiros óculos inteligentes para o consumidor equipados com um ecrã. O projeto, com o nome de código Hypernova, deverá ser revelado oficialmente durante a conferência anual Connect, em setembro.
Desenvolvidos em parceria com a EssilorLuxottica, estes óculos prometem ser um marco para a empresa, integrando um pequeno ecrã na lente direita. A notícia, avançada pela CNBC, indica que a gigante tecnológica está a gerir as expectativas de vendas de forma cautelosa, em parte devido ao facto de os óculos serem ligeiramente mais pesados e espessos que modelos anteriores sem esta tecnologia.
Uma pulseira para controlar tudo
Um dos aspetos mais inovadores dos Hypernova será o método de controlo. A par dos óculos, a Meta planeia lançar uma pulseira que utiliza gestos manuais para interagir com a interface. Este acessório irá recorrer à tecnologia de sensores sEMG (eletromiografia de superfície), adquirida com a startup CTRL Labs, que consegue ler os sinais elétricos gerados pelos movimentos da mão do utilizador. A pulseira é vista como um componente de entrada de dados crucial, não só para este modelo mas também para o desenvolvimento de futuras versões de óculos de realidade aumentada mais completos.
O que esperar do ecrã e das funcionalidades?
O ecrã dos Hypernova terá um campo de visão limitado a 20 graus, sendo a sua principal função a de retransmitir informações simples, como notificações de mensagens de texto. No entanto, o leque de funcionalidades não se fica por aqui. Os utilizadores poderão captar e partilhar fotografias e vídeos, fazer chamadas, enviar mensagens, ouvir áudio e interagir com um assistente de IA através de comandos de voz, do ecrã ou de interações manuais.
Para garantir a adesão dos consumidores, a empresa tem procurado ativamente programadores, especialmente na área da IA generativa, para criar aplicações para os novos óculos inteligentes.
Um preço elevado e expectativas modestas
O preço dos Hypernova deverá rondar os 800 dólares, o que se poderá traduzir em cerca de 740 euros no mercado europeu. A Meta adota uma postura de cautela em relação ao sucesso comercial, uma decisão compreensível dado o contexto financeiro da sua divisão Reality Labs, que acumulou perdas de 70 mil milhões de dólares desde o final de 2020.
Além dos Hypernova, espera-se que a Meta anuncie também a terceira geração dos seus óculos inteligentes apenas com áudio, em colaboração com a Luxottica. Este modelo deverá incluir funcionalidade de toque capacitivo, permitindo aos utilizadores interagir com gestos táteis.