
A procura desenfreada por componentes para alimentar a revolução da Inteligência Artificial (IA) tem causado um verdadeiro terramoto no mercado de hardware, elevando drasticamente o custo de vários componentes. Entre os rumores que surgiram para tentar explicar como as grandes marcas iriam lidar com esta crise, um destacou-se: a possibilidade de a ASUS começar a fabricar as suas próprias memórias para conter a escalada de preços nos seus produtos.
No entanto, a fabricante taiwanesa veio agora a público esclarecer a situação, negando categoricamente essas especulações.
Parceria em vez de produção própria
De acordo com informações avançadas pela agência noticiosa CNA, a ASUS confirmou oficialmente que não tem planos para iniciar o fabrico de chips de memória RAM. Esta resposta surge após vários meios de comunicação tecnológica terem sugerido que a empresa estaria a investir em linhas de produção próprias de DDR5 para mitigar o impacto dos custos, que quadruplicaram recentemente nas lojas.
A estratégia da empresa passa, em vez disso, por reforçar as alianças com os atuais parceiros. Em comunicado, a marca afirmou:
"Aprofundaremos o nosso relacionamento cooperativo com os fornecedores de memória e responderemos às condições de oferta e procura do mercado, ajustando as especificações e otimizando os ciclos de vida do produto."
Esta posição alinha-se com o histórico da empresa, que tradicionalmente se foca no design e fabrico de motherboards, placas gráficas e computadores portáteis, adquirindo os chips de memória a terceiros. A ideia de a ASUS "salvar" o mercado com produção própria era, desde o início, um cenário improvável dada a complexidade e o custo de entrada na fabricação de semicondutores.
A culpa é da Inteligência Artificial
A raiz do problema continua a ser a escassez global de memória RAM, impulsionada pelo investimento massivo das grandes tecnológicas em servidores de IA. As fabricantes de memória, beneficiando do aumento dos preços, não têm demonstrado pressa em elevar a produção para o mercado de consumo geral, preferindo focar-se nos contratos lucrativos com empresas de IA.
Segundo analistas de mercado, esta crise de preços não tem um fim à vista no curto prazo. As previsões apontam para que a situação se mantenha tensa até que a "bolha da IA" estoure ou até que o mercado ganhe maior flexibilidade, o que poderá acontecer apenas no segundo semestre de 2026 ou mesmo em meados de 2028. Até lá, o impacto continuará a sentir-se no preço final de todo o tipo de eletrónica de consumo, com especial incidência nos computadores e smartphones.