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carro elétrico em carregamento com pessoa junto ao mesmo

A transição para a mobilidade elétrica está a transformar a indústria automóvel, e agora, essa mudança poderá chegar também à forma como aprendemos a conduzir. Em França, surgiu uma proposta para criar uma carta de condução especificamente dedicada aos carros elétricos, com a promessa de ser mais acessível e rápida de obter do que a licença tradicional.

A iniciativa parte da União Francesa de Eletricidade (UFE), que vê nesta medida uma forma de reduzir os custos para os jovens condutores e acelerar a adoção de veículos sem emissões. A premissa é simples: aproveitar a facilidade mecânica dos elétricos para simplificar o ensino.

Menos horas de aulas e foco na tecnologia

A proposta da UFE sugere que a formação para esta nova licença seja mais curta. Ao contrário das 20 horas de prática obrigatórias para a categoria B tradicional em França, esta modalidade exigiria apenas 13 horas, seguindo a lógica já aplicada às licenças para veículos de caixa automática.

Com o custo médio da carta a rondar os 1800 euros naquele país, a redução da carga horária representaria um alívio financeiro significativo para os alunos. Além disso, as escolas de condução poderiam beneficiar de custos de manutenção e operação mais baixos ao utilizarem frotas elétricas.

O currículo seria adaptado à realidade da mobilidade moderna. Em vez de focar no ponto de embraiagem e na passagem de mudanças, o ensino daria prioridade à gestão da bateria, ao carregamento e à distinção entre potência (kW) e energia (kWh), promovendo uma maior literacia energética desde o primeiro dia.

Críticas apontam para redundância e limitações

Apesar das boas intenções, a ideia não é unânime. Vários especialistas do setor alertam que criar uma categoria específica para elétricos pode ser redundante, uma vez que a carta para veículos automáticos já abrange a condução destes automóveis.

Marie Martinez, representante do setor, explicou ao Le Figaro que a medida poderia adicionar complexidade burocrática desnecessária. Além disso, existe o receio de limitar a mobilidade dos recém-encartados. Quem tirar esta carta ficaria legalmente impedido de conduzir carros a combustão com caixa manual, que ainda representam uma fatia esmagadora do parque automóvel e do mercado de usados.

O cenário em Portugal: Vantagens e desafios

Transpondo este debate para a realidade nacional, uma medida semelhante em Portugal teria os seus próprios desafios. O custo da carta de condução em território nacional, que oscila entre os 700 e os 1000 euros, é um investimento pesado para muitas famílias, e qualquer redução seria bem-vinda.

A vertente educativa seria também uma mais-valia, ensinando os novos condutores a lidar com a rede Mobi.E e a gerir a autonomia em viagens longas, competências que muitos condutores atuais têm de aprender por tentativa e erro. No entanto, tal como em França, o mercado de usados em Portugal é dominado por veículos a gasóleo e gasolina com mudanças manuais. Um jovem com uma "carta elétrica" poderia ver-se impossibilitado de conduzir o carro mais antigo da família ou os veículos comerciais de muitas empresas, afetando a sua empregabilidade.

Atualmente, o código da estrada já prevê restrições para quem realiza o exame em carros automáticos (o chamado Código 78), o que sugere que a adaptação do currículo existente na categoria B, integrando módulos de eco-condução e gestão de energia, poderá ser uma via mais eficaz do que a fragmentação das licenças.

A proposta francesa permanece, para já, uma recomendação, mas levanta questões importantes sobre como o ensino da condução deve evoluir para acompanhar a tecnologia dos carros elétricos que chegarão às estradas nos próximos anos.




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