
Numa altura em que a rentabilidade é a palavra de ordem para a maioria dos estúdios detidos pela Microsoft e as vagas de despedimentos continuam a abalar a indústria, chegam notícias financeiras que colocam mais um nome sob os holofotes. A Machine Games, o aclamado estúdio sueco responsável pela saga Wolfenstein e pelo recente Indiana Jones and the Great Circle, reportou uma modesta margem de lucro líquido de apenas 6% para o ano de 2024.
Os números modestos de 2024
O relatório financeiro foi partilhado por Derek Strickland, do site TweakTown, na rede social X, após ter sido descoberto pelo utilizador Timur222. De acordo com os dados, a Machine Games registou vendas líquidas de 44,325 milhões de dólares (aproximadamente 41,2 milhões de euros) e um lucro líquido de 2,679 milhões de dólares (cerca de 2,5 milhões de euros).
Com despesas operacionais a atingirem os 41,53 milhões de dólares (perto de 38,6 milhões de euros), a margem para lucro torna-se bastante reduzida. Estes números representam um passo atrás para o estúdio, que em 2021 tinha atingido um pico de vendas líquidas de 49,1 milhões de dólares (aproximadamente 45,7 milhões de euros), mesmo tendo em conta um grande lançamento AAA em 2024.
O contexto da ZeniMax e o efeito do Game Pass
É importante notar que a análise a estes números não é linear. A Machine Games é uma subsidiária da ZeniMax Media, a empresa-mãe que detém todo o universo da Bethesda, incluindo estúdios como a Arkane, id Software e ZeniMax Online. Como tal, o relatório financeiro não descrimina o sucesso ou a falta dele de um projeto específico.
A receita gerada por Indiana Jones and the Great Circle é particularmente difícil de isolar, uma vez que o jogo foi lançado diretamente no serviço Xbox Game Pass, uma estratégia que tende a diminuir as vendas diretas no lançamento, num setor onde os orçamentos de desenvolvimento ultrapassam facilmente a marca dos 100 milhões de dólares.
A pressão para maximizar lucros na Microsoft
Estes resultados surgem num clima de enorme pressão dentro da divisão Xbox da Microsoft. Com uma política agressiva para maximizar a rentabilidade desde o início de 2025 e mais de 9.100 despedimentos recentes, as margens de lucro são mais importantes do que nunca.
A margem de 6% da Machine Games contrasta fortemente com a de gigantes da indústria como a Nintendo, que reportou um lucro de 30% sobre uma receita de 11,6 mil milhões de dólares (cerca de 10,8 mil milhões de euros) no ano fiscal de 2024. Fontes internas indicam que a Microsoft está a comparar o desempenho dos seus estúdios de videojogos com segmentos de negócio muito mais lucrativos, como o Azure.
Embora a ZeniMax Media opere com alguma autonomia nas suas decisões financeiras e de pessoal, as decisões finais sobre cancelamentos de projetos e encerramento de estúdios recaem, inevitavelmente, sobre a Xbox e a Microsoft, tornando o futuro incerto até para os estúdios mais elogiados.










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