
Numa reviravolta surpreendente na guerra tecnológica entre os Estados Unidos e a China, a gigante dos processadores NVIDIA e a sua rival AMD chegaram a um acordo com o governo norte-americano para retomar a venda de alguns dos seus chips de Inteligência Artificial para o mercado chinês. O preço a pagar por esta autorização é uma taxa de 15% sobre todas as receitas geradas com estas vendas.
A notícia, avançada pela Reuters e confirmada por fontes da Casa Branca, representa uma mudança significativa na política da administração Trump, que anteriormente havia suspendido a comercialização destes componentes avançados, alegando "riscos à segurança nacional".
Uma nova política com um preço a pagar
Segundo o novo pacto, o Departamento de Comércio dos EUA emitiu as licenças necessárias que permitem à NVIDIA enviar os seus chips H20 para a China. Da mesma forma, a AMD recebeu luz verde para vender o seu chip MI308 no mercado chinês.
Em reação à notícia, a NVIDIA emitiu um comunicado sucinto, afirmando o seu compromisso em seguir as regras impostas pelo governo: "Seguimos as regras que o governo dos EUA estabelece para nossa participação nos mercados mundiais. Embora não tenhamos enviado chips H20 para a China há meses, esperamos que as regras de controlo de exportação permitam que os Estados Unidos concorram na China e no mundo."
A AMD e o Departamento de Comércio, por sua vez, optaram por não comentar o assunto. O Financial Times adianta que o governo Trump ainda não definiu como irá utilizar esta nova fonte de receita.
As críticas não se fizeram esperar
A decisão de trocar o bloqueio total por uma taxa gerou imediatamente um coro de críticas por parte de analistas e ex-membros do governo. Fontes de Wall Street descreveram a medida como "selvagem", demonstrando surpresa pela intromissão governamental nos negócios das empresas.
Alasdair Phillips-Robins, um antigo consultor do Departamento de Comércio, expressou a sua preocupação: "Se este acordo for verdadeiro, ele sugere que o governo está a trocar proteções de segurança nacional por receita extra para o Tesouro."
Liza Tobin, uma especialista em China que fez parte do Conselho de Segurança Nacional durante o primeiro mandato de Trump, foi ainda mais incisiva na sua crítica: "Pequim deve estar a deleitar-se ao ver Washington transformar licenças de exportação em fontes de receita. O que vem a seguir? Permitir que a Lockheed Martin venda caças F-35 para a China por uma comissão de 15%?"










Nenhum comentário
Seja o primeiro!