
A Tesla voltou a agitar as águas no mundo automóvel com novas declarações sobre o seu muito aguardado (e atrasado) Roadster. Apresentado como "o último grande carro de condução" antes de a condução autónoma se tornar a norma, o veículo continua envolto num misto de grande expetativa e ceticismo generalizado. A mais recente provocação partiu de Lars Moravy, o responsável de engenharia de veículos da Tesla, que, durante um evento no fim de semana, revelou que a equipa tem estado a trabalhar em "demonstrações interessantes" para Elon Musk.
Segundo Moravy, estes últimos anos foram passados a "repensar o que fizemos, por que o fizemos e o que tornaria um último e melhor carro de condução fantástico e emocionante". O engenheiro acrescentou ainda que o veículo "é um pouco mais do que um carro" e que Elon Musk "ficou um pouco entusiasmado" com as novas demonstrações tecnológicas.
Uma história de um longo atraso
Estas novas declarações trazem de volta à memória uma promessa que já dura há quase uma década. O protótipo da nova geração do Tesla Roadster foi revelado em 2017, com uma promessa de produção para 2020. No entanto, o seu lançamento tem sido consecutivamente adiado.
As especificações anunciadas na altura deixaram o mundo de queixo caído: uma autonomia de 1.000 km (620 milhas) e uma aceleração dos 0 aos 100 km/h em cerca de 1.9 segundos (0-60 mph). Na altura, Elon Musk descreveu-o como um "carro de auréola" que iria dar um "safanão" nos veículos a gasolina. O problema é que, quase oito anos depois, vários hipercarros elétricos já chegaram ao mercado e deram esse mesmo safanão.
Promessas, depósitos e a paciência dos clientes
O atraso tornou-se uma piada recorrente na indústria, e muitos duvidam que o Roadster chegue a ver a luz do dia. Esta situação é particularmente sensível para os milhares de clientes que, há anos, participaram no programa de referenciais da Tesla com a promessa de receberem um Roadster gratuito. Este programa ajudou a gerar milhares de milhões de dólares em vendas para a empresa, mas a Tesla nunca cumpriu a sua parte do acordo.
Além disso, muitos entusiastas pagaram depósitos que variam entre os 50.000 e os 250.000 dólares (aproximadamente 46.500 a 232.500 euros) para reservar um veículo que, inicialmente, deveria ter chegado ao mercado há cinco anos.
Será que é desta? O futuro com propulsores da SpaceX
Parte da justificação para os atrasos tem sido a contínua melhoria do projeto e a adição de funcionalidades como o "pacote SpaceX". Este extra, segundo dicas de Elon Musk, incluiria propulsores de ar frio que poderiam, hipoteticamente, permitir que o carro voasse.
No entanto, a credibilidade destas afirmações é baixa. Conforme relata o site Electrek, esta não é a primeira vez que Musk e a sua equipa falam em "demonstrações épicas". Comentários semelhantes foram feitos em 2019 e 2024, mas as demonstrações prometidas nunca se materializaram. O público fica, assim, mais uma vez, a questionar-se se o novo fôlego dado ao Roadster será real ou apenas mais um capítulo numa longa saga de promessas por cumprir.