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A crise no preço dos componentes, especificamente da memória RAM, parece estar longe de um fim e ameaça afetar o mercado global de smartphones, numa altura em que as vendas começam a recuperar. A Apple, que tem no horizonte o lançamento do seu dispositivo dobrável para 2026, não passará imune a esta tendência, o que poderá resultar num aumento do custo final para o consumidor, com especial incidência nos modelos Pro e Pro Max.

Segundo um relatório recente do United Daily News, a indústria prepara-se para um ajustamento de valores que deverá impactar a próxima geração de topos de gama.

Aumentos à vista para a gama Pro

As previsões indicam que tanto o iPhone 18 Pro como o Pro Max poderão sofrer um acréscimo de preço entre 50 e 100 dólares (aproximadamente entre 47 e 95 euros) por unidade. Este aumento é atribuído, em grande parte, aos custos adicionais associados à memória RAM, um componente cujo preço tem vindo a escalar.

Este cenário surge num contexto em que a gigante tecnológica planeia também a introdução do seu primeiro iPhone dobrável em 2026, sugerindo que os próximos anos poderão exigir um esforço financeiro maior por parte dos utilizadores que procuram os equipamentos mais avançados da marca.

A estratégia dos chips próprios

Apesar da pressão externa sobre os preços dos componentes, a Apple tem vindo a construir uma "almofada" financeira através do desenvolvimento de tecnologia proprietária. A empresa tem investido fortemente em soluções internas que vão muito além do processador principal.

Exemplos recentes incluem o lançamento do seu próprio modem, o C1, que permitiu uma poupança estimada de 10 dólares por unidade, bem como os chips wireless N1 e N2, que ajudam a reduzir significativamente as despesas com royalties pagos a terceiros.

Para a próxima geração, são esperados os chips A20 e A20 Pro, que deverão ser fabricados no processo de 2 nm da TSMC. Embora esta tecnologia de ponta possa elevar os custos de produção, o facto de a Apple deter a propriedade intelectual de grande parte do hardware ajuda a mitigar o impacto.

A grande dúvida que persiste no mercado é se estas poupanças internas serão suficientes para absorver totalmente o golpe do aumento do preço das memórias ou se a fatura acabará mesmo por ser passada ao consumidor. O cenário não é exclusivo da Apple: até a Samsung, que fabrica a sua própria memória, deverá aumentar os preços dos seus próximos flagships, sinalizando uma tendência transversal a todo o setor premium.