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As plataformas de mensagens instantâneas tornaram-se ferramentas indispensáveis no nosso dia a dia, mas a sua popularidade também atrai agentes maliciosos à procura de vítimas. A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) emitiu esta quarta-feira um aviso importante sobre a proliferação de esquemas fraudulentos em redes sociais, com especial incidência em grupos do WhatsApp.

O regulador nacional chama a atenção para uma prática conhecida como "pump and dump", que visa manipular o mercado através da difusão de informações enganosas, colocando em risco o capital de investidores menos atentos.

O perigo da manipulação "Pump and Dump"

O esquema identificado pela CMVM segue um padrão calculado para inflacionar artificialmente o preço de determinados ativos. Segundo o supervisor, a fraude começa com a aquisição prévia de uma "posição longa" (compra) num instrumento financeiro por parte dos burlões. Geralmente, os alvos são ações com reduzida liquidez, muitas vezes negociadas em mercados fora da União Europeia.

Após garantirem a sua posição, os promotores do esquema utilizam grupos em redes sociais para espalhar informações falsas ou exageradas sobre esse ativo. O objetivo é criar um sentimento de urgência e euforia, levando outros utilizadores a comprar massivamente essas ações. Este aumento repentino da procura faz disparar o preço (o "pump").

É neste momento que os organizadores do esquema vendem as suas posições a preços inflacionados, obtendo lucros significativos. Consequentemente, quando a pressão de compra artificial desaparece, o preço das ações colapsa (o "dump"), deixando os investidores que entraram tarde com prejuízos avultados.

Sinais de alerta a ter em conta

Para ajudar os utilizadores a não caírem nestas armadilhas digitais, o supervisor financeiro identificou vários comportamentos suspeitos que devem servir de sinal de alarme. Um dos métodos mais comuns é o envio de mensagens não solicitadas que incentivam a entrada em grupos de investimento.

Além disso, é frequente o uso de perfis falsos, por vezes usurpando o nome e a imagem de figuras públicas para dar credibilidade ao esquema. As promessas são quase sempre as mesmas: garantias de rentabilidades muito elevadas em curtos espaços de tempo, sem qualquer menção aos riscos reais envolvidos.

Outras táticas de pressão incluem a solicitação de capturas de ecrã das transações efetuadas pelos investidores e a criação de uma falsa sensação de urgência, alegando desenvolvimentos de mercado iminentes que exigem uma ação imediata. Curiosamente, também são feitas promessas de reembolso em caso de perdas, algo que nunca chega a concretizar-se.

Perante este cenário, a recomendação é clara: desconfie sempre de dicas de investimento "milagrosas" que chegam através das redes sociais. Antes de tomar qualquer decisão financeira, deve verificar sempre se a entidade ou pessoa que faz a recomendação está devidamente autorizada a prestar serviços de investimento em Portugal, conforme sublinhado pela CMVM no seu comunicado oficial.