A Signal, uma das mais populares aplicações de mensagens encriptadas, colocou um ultimato sobre a mesa: poderá abandonar o mercado europeu. A causa é a controversa proposta ‘Chat Control’ da Comissão Europeia, que a empresa considera uma ameaça direta à privacidade dos seus utilizadores.
O que é a controversa proposta ‘Chat Control’?
Esta proposta legislativa visa combater a partilha de conteúdos de abuso sexual infantil. No entanto, a sua abordagem é vista como radicalmente invasiva, pois obrigaria as plataformas digitais a analisar todos os URLs, imagens e vídeos diretamente nos dispositivos dos utilizadores, antes mesmo de serem encriptados e enviados.
“Isto é exatamente como funciona o malware”
Udbhav Tiwari, vice-presidente de Assuntos Globais da Signal, não poupou nas palavras para criticar a medida. Num evento online organizado pelo Partido Verde Europeu, Tiwari comparou a proposta ao funcionamento de software malicioso, conforme avança o TechRadar.
“Fora a questão legal, isto é exatamente como funciona o ‘malware’. Compromete o dispositivo de forma a ter acesso a informação”, afirmou Tiwari. O executivo acrescentou ainda que a simples ideia de o dispositivo analisar conteúdo antes da encriptação “nega o propósito da encriptação”.
Um risco existencial e sem meio-termo
Para a Signal, a aprovação desta lei representa um “risco existencial catastrófico” para a sua operação na União Europeia. Tiwari sublinhou que a medida “negaria as principais promessas que fazemos aos nossos utilizadores”.
A possibilidade de criar duas versões da aplicação – uma para a Europa e outra para o resto do mundo – foi categoricamente rejeitada. O executivo deixou claro que a empresa não irá desenvolver uma versão comprometida do seu serviço, o que reforça a ideia de que a Signal prefere retirar-se do mercado europeu a comprometer a sua promessa de privacidade e segurança.
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