
Os futuros processadores da Apple preparam-se para um salto significativo, mas os interessados terão de esperar um pouco mais. De acordo com as mais recentes informações do analista Ming-Chi Kuo, a geração Apple M5 deverá inaugurar um novo método de fabrico, o que poderá adiar a sua chegada para o início de 2026.
Esta mudança estratégica envolve a adoção de um novo processo de encapsulamento chamado Liquid Molding Compound (LMC), que representa uma evolução fundamental na forma como os chips são construídos. A Apple terá mesmo assinado um contrato de exclusividade com a empresa taiwanesa Eternal Materials para garantir o fornecimento desta tecnologia.
O que é o LMC e porque é tão importante?
O grande trunfo da tecnologia Liquid Molding Compound está na sua capacidade de facilitar a integração de múltiplos chips num único pacote, seja empilhados verticalmente ou lado a lado. Esta abordagem, conhecida como CoWoS (Chip-on-Wafer-on-Substrate), permite aumentar a densidade e a largura de banda de comunicação entre os componentes.
Para os futuros Macs e outros dispositivos da Apple, esta mudança traduz-se em várias vantagens concretas:
Maior integridade estrutural: Os chips tornam-se mais robustos e fiáveis.
Melhor dissipação de calor: Um aspeto crucial para manter o desempenho de topo sem sobreaquecimento.
Maior eficiência de fabrico: O processo torna-se mais otimizado, o que pode influenciar os custos a longo prazo.
Um passo estratégico a pensar no M6 e M7
Embora o Apple M5 ainda não utilize a complexa arquitetura CoWoS, a transição para o LMC é vista como um passo preparatório essencial. A experiência adquirida com este novo método irá pavimentar o caminho para os futuros e ainda mais potentes processadores M6 e M7.
É nestas gerações futuras que a Apple deverá apostar forte em designs mais complexos, como o CoWoS e o CoPoS (Chip-on-Package-on-Substrate), para dar um salto de desempenho massivo. O foco estará em tarefas exigentes como o treino de modelos de Inteligência Artificial e a renderização 3D avançada, áreas que serão vitais para a evolução de produtos como os Macs e o Vision Pro 2.
Desta forma, o adiamento do M5 para 2026, que deverá equipar os novos MacBooks Pro, parece ser uma decisão calculada da Apple para garantir não só o desempenho esperado para essa geração, mas também para preparar o terreno para uma nova era de poder computacional nos anos seguintes.