
Numa reviravolta de última hora, o TikTok escapou ao encerramento nos Estados Unidos. A Casa Branca anunciou um acordo de princípio com a China que permite à popular plataforma de vídeos curtos continuar a operar no país, apenas um dia antes do prazo final de 17 de setembro. Com esta nova negociação, o prazo para a reestruturação foi estendido até 16 de dezembro.
Em vez de uma venda total ou de um bloqueio, o acordo prevê que os ativos norte-americanos do TikTok sejam transferidos da sua empresa-mãe chinesa, a ByteDance, para proprietários americanos.
Os contornos do novo acordo
O novo modelo de negócio estipula que um consórcio de grandes empresas e investidores dos EUA passará a deter 80% das operações americanas do TikTok. A ByteDance manterá os restantes 19,9%, um valor que fica abaixo do limite de 20% estabelecido como parte das negociações.
Ainda não há confirmação oficial sobre as empresas que farão parte do consórcio, mas informações avançadas pela Reuters sugerem que gigantes da tecnologia como a Oracle, Silver Lake e Andreessen Horowitz poderão estar envolvidas no negócio.
O Presidente Donald Trump confirmou o desenvolvimento numa conferência de imprensa, afirmando: "Temos um acordo sobre o TikTok... Temos um grupo de empresas muito grandes que o querem comprar."
O papel de Trump e os próximos desafios
Apesar do acordo, existem ainda vários obstáculos a ultrapassar, e o adiamento de 90 dias será crucial para a ByteDance os resolver. Os legisladores norte-americanos pretendem analisar o acordo em detalhe para garantir o cumprimento das leis de segurança, especialmente no que diz respeito ao famoso algoritmo de recomendação do TikTok, um ativo tecnológico que a China poderá hesitar em exportar.
O Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, declarou à CNBC que a postura firme de Trump, que se mostrou disposto a deixar a aplicação ser desativada, foi um fator decisivo para motivar a China a negociar. "O Presidente Trump deixou claro que estaria disposto a deixar o TikTok ser encerrado, que não iríamos abdicar da segurança nacional em favor do acordo", referiu.
Após a conclusão do negócio, a nova entidade do TikTok controlada pelos EUA deverá ter um conselho de administração maioritariamente americano, incluindo pelo menos um membro nomeado pelo governo para tranquilizar os reguladores sobre a privacidade e segurança dos dados. A Oracle deverá continuar a ser a empresa responsável por alojar os servidores do TikTok nos Estados Unidos.