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Recentemente, a Microsoft efetuou alterações no comportamento dos serviços de sistema nas versões mais recentes do Windows 11 (incluindo a 24H2 e a futura 25H2), fazendo com que alguns processos arranquem por defeito. Esta mudança significa que certos componentes podem ficar a correr permanentemente em segundo plano, consumindo recursos do sistema mesmo quando o utilizador não necessita deles.

Entre os vários processos que habitam no gestor de tarefas, existe um "suspeito do costume" que tem vindo a ganhar fama pela sua voracidade: a Otimização da Entrega (Delivery Optimization). Embora a intenção desta funcionalidade seja nobre — ajudar a descarregar atualizações de forma mais eficiente —, relatos recentes indicam que pode estar a transformar-se numa dor de cabeça para quem tem memória limitada.

Otimização da Entrega: Útil ou prejudicial?

Para quem não está familiarizado, a Otimização da Entrega é um serviço peer-to-peer integrado no Windows que permite aos computadores partilharem partes das atualizações descarregadas com outros dispositivos na mesma rede local ou até através da Internet. O objetivo é reduzir a largura de banda necessária e acelerar o processo de atualização, evitando que todos os dispositivos tenham de descarregar os mesmos ficheiros pesados diretamente dos servidores da Microsoft.

No entanto, a teoria nem sempre corresponde à prática. Membros de fóruns de tecnologia e utilizadores atentos têm apontado este serviço como um consumidor excessivo de recursos de rede e, mais preocupante, de memória RAM. A situação torna-se crítica quando o serviço decide "acampar" na memória do sistema e não libertar os recursos, mesmo quando não está ativamente a transferir dados.

Testes revelam fuga de memória

A suspeita de que algo não estava bem com este serviço ganhou nova força após uma análise detalhada realizada por um utilizador, que decidiu monitorizar o comportamento do processo ao longo do tempo. Através do seguimento do ID do Processo (PID) e do nome do serviço (DoSvc), foi possível traçar um gráfico do consumo de memória.

Os resultados foram claros: o serviço de Otimização da Entrega demonstrou uma tendência para utilizar quantidades cada vez maiores de memória ao longo do tempo, um comportamento clássico indicativo de uma fuga de memória (memory leak). Ao contrário de outros serviços que mantêm um consumo estável ou libertam memória após a conclusão de uma tarefa, este processo continuou a acumular uso de RAM, um comportamento notado com maior frequência no último mês.

Este tipo de ineficiência no software ajuda a explicar porque é que a gigante tecnológica recomenda agora um mínimo de 16 GB de memória para computadores de gaming e IA. Felizmente, para os utilizadores que notem lentidão no sistema, é possível configurar ou desativar totalmente esta funcionalidade através das definições do Windows Update, restringindo a partilha apenas à rede local ou desligando-a por completo, segundo os dados partilhados no Reddit.