A Samsung está a pisar no acelerador na produção da sua próxima linha de smartphones Galaxy S25, numa aparente manobra para se antecipar a potenciais novas tarifas e regras comerciais que poderão ser implementadas nos Estados Unidos. Fontes da indústria indicam que a gigante sul-coreana planeia fabricar um volume considerável de dispositivos já este mês de maio, com um foco especial no modelo mais premium, o Galaxy S25 Ultra.
Aumento significativo na produção para maio
Segundo informações avançadas pelo meio de comunicação coreano The Elec, a Samsung deu ordens aos seus fornecedores para um incremento na produção de smartphones. A empresa pretende montar um total de 15,8 milhões de smartphones, dos quais 3,3 milhões serão unidades da série Galaxy S25. Este número representa um aumento face aos 2,5 milhões de unidades do S25 produzidas no mês anterior.
Para a gama Galaxy S25 a ser produzida em maio, a distribuição planeada é a seguinte:
- Galaxy S25 Ultra: 1,5 milhões de unidades
- Galaxy S25 (modelo base): 1,3 milhões de unidades
- Galaxy S25 Plus: 500 mil unidades
Este esforço significa um acréscimo de 800.000 unidades da família Galaxy S25 apenas neste mês. No total, considerando smartphones e tablets, a Samsung tem como meta fabricar 16,2 milhões de dispositivos em maio.
A sombra das tarifas e a janela de oportunidade
O pano de fundo para esta aceleração é a crescente discussão em torno de tarifas e regulamentações comerciais nos Estados Unidos, que apontam para mudanças significativas na forma como as importações são tratadas. Em resposta a este cenário de incerteza, diversas empresas têm vindo a ajustar preços, a relocalizar produção e a apressar remessas para tentar contornar quaisquer novos prazos ou custos.
Atualmente, existe uma janela temporal de 90 dias que oferece um alívio temporário destas potenciais tarifas. A Samsung parece estar a aproveitar este período ao máximo, procurando expedir o maior número possível de equipamentos antes que esta "trégua" termine e os custos adicionais comecem a ser aplicados.
A imprevisibilidade é o maior desafio neste contexto de tarifas. Após meses de tensão comercial, foram já implementadas algumas tarifas consideráveis, visando especialmente países asiáticos que concentram grande parte da produção mundial de eletrónicos. Algumas destas taxas são relativamente moderadas, na ordem dos 10%, mas outras podem atingir valores proibitivos, como os 145% aplicados a certos bens de origem chinesa. Esta volatilidade torna extremamente difícil o planeamento a longo prazo para as empresas.
Estratégia cautelosa da Samsung
Perante um cenário de regras em constante mudança e sem aviso prévio, a agilidade e a capacidade de adaptação tornam-se mais cruciais do que estratégias de longo prazo. A atual corrida da Samsung para produzir e enviar dispositivos enquanto o caminho está livre é um exemplo clássico desta abordagem reativa e cautelosa.
De momento, os dispositivos da Samsung não foram diretamente afetados por novas tarifas significativas. No entanto, com a possibilidade de as regras comerciais mudarem a qualquer momento, a empresa opta por uma estratégia de prevenção, garantindo que uma quantidade substancial de stock chegue ao mercado norte-americano antes de eventuais constrangimentos.
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