A administração norte-americana implementou um novo regime de tarifas com o objetivo de incentivar a produção industrial dentro do país. No entanto, esta medida não poupa necessariamente os fabricantes locais, especialmente aqueles que dependem de cadeias de abastecimento globais.
A Samsung SDI, subsidiária do grupo Samsung especializada no fabrico de baterias, é um exemplo claro desta situação. A empresa possui uma unidade de produção de baterias para veículos elétricos (VE) nos Estados Unidos, mas já prevê um aumento nos seus custos devido às novas taxas alfandegárias.
Impacto direto nos custos de produção
Durante a apresentação dos resultados financeiros relativos ao primeiro trimestre de 2025 (Q1 2025), Kim Yoon-tae, Vice-Presidente Executivo (EVP) da Samsung SDI, destacou que muitos dos materiais e componentes essenciais para o fabrico das baterias de VE são importados. Como estas importações estão agora sujeitas a diferentes tarifas, dependendo do país de origem, o custo de produção da Samsung SDI irá, inevitavelmente, aumentar.
Incerteza sobre o preço final para o consumidor
Kim Yoon-tae não esclareceu se a Samsung SDI irá absorver estes custos adicionais ou se os irá repercutir nos fabricantes de automóveis seus clientes – que incluem marcas como a BMW, General Motors, Rivian, entre outras. Se os custos forem transferidos para os fabricantes, existe a forte possibilidade de um aumento no preço final dos veículos elétricos para os consumidores.
O executivo mencionou ainda outro elemento neste regime tarifário que pode contribuir para um aumento ainda maior dos preços dos automóveis.
Risco de dupla taxação
Assumindo que a Samsung SDI repasse o aumento dos custos, os fabricantes de VE não só terão de comprar baterias mais caras, mas também poderão enfrentar uma segunda barreira tarifária. Ao importarem os veículos já montados para os EUA (a partir das suas fábricas no Canadá ou México, por exemplo), esses automóveis poderiam ser novamente taxados, resultando num potencial aumento significativo do preço para o consumidor final.
Esta conjuntura representa um cenário de crescente incerteza não só para a divisão de baterias da Samsung, mas potencialmente para outras áreas de negócio do conglomerado sul-coreano, face às novas políticas tarifárias dos EUA.
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