A Google anunciou a expansão do seu Modo IA na Pesquisa para novos idiomas, passando a estar disponível em hindi, indonésio, japonês, coreano e, notavelmente, em português do Brasil. Esta atualização representa o primeiro grande alargamento linguístico da funcionalidade, que até agora se encontrava limitada ao inglês.
A tecnologia por detrás da expansão
Esta nova fase da Pesquisa Google é impulsionada por uma versão personalizada do modelo Gemini 2.5 Pro. Num comunicado no seu blog oficial, Hema Budaraju, vice-presidente de gestão de produtos de pesquisa da Google, destacou que a implementação vai muito além de uma simples tradução. "Com as capacidades multimodais e de raciocínio avançadas da nossa versão personalizada do Gemini 2.5 na Pesquisa, fizemos grandes progressos na compreensão da linguagem, para que as nossas capacidades de pesquisa com IA mais avançadas sejam localmente relevantes e úteis em cada novo idioma que suportamos", afirmou.
A expansão para novos idiomas segue-se à disponibilização da funcionalidade a todos os utilizadores nos EUA, Reino Unido e Índia, mercados onde a receção tem sido mista, especialmente por parte dos criadores de conteúdo.
Uma contradição que preocupa os criadores de conteúdo
Apesar da expansão, a Google encontra-se numa posição delicada. Publicamente, a empresa tem afirmado que o tráfego para os websites se mantém "relativamente estável" desde a introdução das visões gerais geradas por IA, chegando mesmo a declarar que "a web está a prosperar".
No entanto, estas declarações contrastam fortemente com uma posição assumida pela empresa em tribunal na semana passada. Num documento legal, os advogados da Google admitiram que "a web aberta já se encontra em rápido declínio". Esta contradição tem alarmado os editores e criadores de conteúdo, que veem a expansão do Modo IA como uma ameaça direta ao seu tráfego, uma vez que os utilizadores obtêm respostas diretas na página de pesquisa, sem necessidade de clicar em links. A chegada da funcionalidade a novos mercados linguísticos irá certamente intensificar este debate sobre o futuro da internet aberta.
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