
A visão de futuro de Mark Zuckerberg parece estar a sofrer uma alteração de rota significativa. O que outrora foi a prioridade máxima da empresa, justificando inclusive a mudança de nome do grupo para Meta, enfrenta agora uma redução drástica de investimento. Segundo um relatório avançado esta quinta-feira pela Bloomberg, a gigante tecnológica prepara-se para cortar até um terço do financiamento destinado aos projetos do Metaverso já em 2026.
Fim da "lua de mel" com a Realidade Virtual
Os cortes previstos desenham um cenário de retração para as ambições imersivas da empresa. De acordo com as informações divulgadas, enquanto Zuckerberg solicitou uma redução geral de despesas na ordem dos 10% em todos os departamentos da companhia, a divisão responsável pelo Metaverso foi alvo de uma exigência muito superior, com uma diminuição de recursos que pode atingir os 30%.
O impacto será sentido principalmente nas "joias da coroa" desta divisão: a plataforma social Horizon Worlds e o desenvolvimento dos headsets Quest. A justificação interna para este desinvestimento prende-se com a realidade do mercado: a empresa admite que não encontrou o nível de competição e de adesão que esperava em toda a indústria para esta tecnologia. Os números são duros, com a divisão Reality Labs a acumular perdas estimadas em mais de 70 mil milhões de dólares (aproximadamente 66 mil milhões de euros) desde o início de 2021.
A nova obsessão: Superinteligência Artificial
Este movimento não significa apenas um corte de custos, mas sim uma realocação estratégica de prioridades. O objetivo é desviar recursos do sonho virtual para a batalha real do momento: a Inteligência Artificial. A empresa quer focar-se no desenvolvimento de sistemas de superinteligência de IA, uma área onde a competição é feroz e o retorno parece mais imediato.
Esta mudança de agulha é visível também na política de contratações de alto perfil da empresa. Recentemente, a tecnológica garantiu os serviços de Alan Dye, antigo chefe de design de interface da Apple, sinalizando que o talento está a ser canalizado para renovar a abordagem da empresa aos seus produtos futuros, agora sob a bandeira da IA.