Os websites criados ou visitados maioritariamente por utilizadores na UE devem reger-se por várias regras relacionadas com as legislações do RGPD e dos cookies. No entanto, a grande maioria parece não estar propriamente otimizada para serem o mais intuitivos possíveis nestas medidas.
De acordo com um recente estudo “Dark Patterns after the GDPR”, a maioria dos websites tornam bastante mais complicado o processo de negar todos os cookies durante a navegação do que simplesmente aceitar os mesmos. O estudo aponta que apenas 11.8% dos 10.000 sites analisados realmente se encontram dentro dos mínimos requeridos pela legislação do RGPD.
Uma vasta maioria dos sites utilizam tácticas para tornar a tarefa de negar os cookies de terceiros consideravelmente mais difícil do que aceitar os mesmos. Plataformas como as QuantCast, Cookiebot e TrustArc ajudam a gerir os cookies nos websites para os utilizadores na UE, mas ao mesmo tempo também deixam passar uma ideia incorreta sobre o que deve ser realmente aplicado e se está em conformidade com a legislação ou não.
Uma das formas mais comuns que a maioria dos websites se encontra a realizar para “contornar” o RGPD encontra-se na aceitação implícita de cookies, com 32.5% dos sites analisados a realizarem esta prática. Esta estipula que os utilizadores aceitam os termos dos cookies nesse websites ao realizarem determinadas ações no mesmo – como navegar pelos links, fechar a janela de alerta dos cookies ou outras tarefas similares mas básicas.
Além disso, encontram-se ainda os websites que, apesar de permitirem rejeitar determinados cookies, tornam esta tarefa consideravelmente mais difícil do que deveria. Por exemplo, ocultando o botão de não aceitar os cookies ou colocando várias caixas de seleção diferentes para desativar cookies específicos – que devem ser desseleccionadas manualmente uma a uma.
Destacam-se ainda questões como o facto que a maioria dos websites analisados não clarificam exatamente quais os cookies que os utilizadores se encontram a aceitar – a maioria nem indica quais as finalidades de cada um dos cookies, ou quais as entidades associadas com os mesmos.
Tendo estes pontos todos em conta, existe uma grande possibilidade de a maioria dos utilizadores aceitarem cookies do que os negarem – mesmo que não seja essa a intenção principal. A grande maioria dos utilizadores fecham as janelas de cookies e não perdem tempo a remover selecções diferentes para os cookies que pretendem ativar ou não, o que torna estes avisos consideravelmente “desnecessários” e sem grande efeito no final.
Além disso, as autoridades da UE também realizam poucas ações relativamente à validação destes dados. Até ao momento são conhecidos poucos casos de entidades que foram afetadas por não seguirem as normas dos cookies nos seus websites, pelo que os investigadores responsáveis pelo estudo apontam que também é necessário as autoridades começarem a tomar medidas – não apenas contra entidades individuais, mas também para empresas que fornecem supostos serviços de ajuda na implementação de praticas aceitáveis dentro do RGPD.
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