A partilha de desinformação sobre o processo de vacinação contra o COVID tem vindo a revelar-se uma tarefa que, para as plataformas sociais, parece ser bastante complicado de se evitar. No entanto, um novo relatório aponta que a tarefa pode nem ser assim tão complicada… se forem analisadas as pessoas certas.
De acordo com um novo estudo realizado pela Center for Countering Digital Hate (CCDH) e a entidade Anti-Vax Watch, descobriu-se que cerca de 73% das informações enganadoras sobre o processo de vacinação do COVID no Facebook e 17% no caso do Instagram podem ser ligados a apenas 12 indivíduos. Estes utilizadores usam as mesmas contas nas duas plataformas para iniciar a partilha de vários conteúdos relacionados com desinformação sobre o processo de vacinação – e que depois são replicados por vários grupos para alargar o seu alcance.
O estudo aponta ainda que estas contas conseguiram, nos últimos meses, evitarem ser banidas ou bloqueadas em plataformas como o Facebook, Instagram ou Twitter. A maioria das contas dizem também respeito a personalidades que são reconhecidas no meio das campanhas de desinformação ou de anti-vacinação.
Em resposta a este estudo, um porta-voz do Facebook já disputou os métodos usados pelas entidades para a análise da situação, indicando que a rede social tem vindo a trabalhar diretamente com as autoridades de saúde locais em diferentes países para prevenir a partilha de desinformação em larga escala. A medida tem vindo também a ser acompanhada de regras para informar melhor os utilizadores sobre o processo de vacinação, o COVID e todas as informações que as autoridades também partilham – dando menos destaque a conteúdos de teorias.
Por sua vez, o Twitter afirma que as suas políticas contra desinformação relativamente ao COVID e vacinação são idênticas para todos os utilizadores, e que uma conta em particular não irá ter regras diferentes de outra na plataforma, independentemente da sua notoriedade.
Este é mais um relatório que surge relativamente a desinformação em plataformas sociais, numa altura em que estas empresas se encontram a ser pressionadas devido aos conteúdos de desinformação que partilham e a uma aparente falta de controlo nessa distribuição de informação.