Com a chegada do novo Chrome 89 ao mercado, a Google encontra-se a preparar o terreno também para começar os testes à nova tecnologia Federated Learning of Cohorts, mais conhecida como FLoC.
Esta tecnologia, segundo a Google, pretende ser a evolução dos cookies para garantir mais privacidade aos utilizadores durante a navegação pela Internet, e será usada sobretudo para fins de publicidade direcionada num formato mais privado do que o existente atualmente.
Apesar de a Google promover esta solução como uma alternativa mais “privada”, nem todos estão na mesma ideia que a gigante da tecnologia. Bennett Cyphers, engenheiro da entidade Electronic Frontier Foundation, afirmou recentemente no blog da entidade que a tecnologia do FLoC é uma “ideia terrível”, apelando também à Google para focar a sua atenção no desenvolvimento de tecnologias que ajudem a desenvolver a Internet e que beneficiem os utilizadores em geral da mesma.
De acordo com o engenheiro, invés de se estar a procurar formas de reinventar a forma de realizar a recolha de informação pela internet, o foco deveria estar em analisar todos os problemas existentes sobre o formato da publicidade direcionada.
Os conhecidos cookies “Third-party” são bastante apelativos para criar sistemas de publicidade direcionada e recolha de dados dos utilizadores, em parte porque contornam muitas das limitações aplicadas para evitar essa mesma recolha. Como tal, empresas como a Google possuem incentivos para criar alternativas que mantenham os ganhos para essas entidades, mas que se encontrem mais adaptadas no formato da privacidade atual.
O FLoC é um dos componentes no que a Google apelida de “Privacy Sandbox”, um conjunto de técnicas e tecnologias que a empresa pretende implementar junto do seu negócio de publicidade para garantir mais privacidade online. Invés de recolher dados pessoais e de identificação dos utilizadores para apresentar publicidade direcionada, o FLoC permite que os utilizadores sejam, invés disso, colocados em grupos distintos entre milhares de outros utilizadores, sem que tenham propriamente uma associação direta com um utilizador em específico.
Por exemplo, um utilizador que tenha visto um determinado computador na Amazon, com o uso do FLoC, iria ser colocado sobre um grupo de utilizadores que viu um computador online – e não um modelo especifico ou detalhes ainda mais “invasivos”.
A tecnologia, no entanto, encontra-se ainda longe de ser perfeita, e continua a abrir portas para discussão se realmente vai ser algo que garante mais privacidade aos utilizadores ou é apenas uma nova forma de recolher dados dos mesmos – sobre ideias de “mais privacidade”, quando não se verifica na realidade.
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