A Microsoft anunciou esta quarta-feira que vai adotar o Agent2Agent (A2A), um protocolo aberto lançado recentemente pela Google. Esta iniciativa visa permitir que os chamados "agentes" de Inteligência Artificial (IA) possam comunicar e colaborar entre si de forma mais eficaz. A gigante tecnológica de Redmond revelou que irá integrar o suporte para o A2A nas suas plataformas de desenvolvimento Azure AI Foundry e Copilot Studio, juntando-se também ao grupo de trabalho dedicado ao protocolo no GitHub para contribuir ativamente.
O que é o Agent2Agent e porque é importante?
O protocolo Agent2Agent, ou A2A, foi apresentado pela Google no início de abril e tem como objetivo principal facilitar a cooperação entre diferentes agentes de IA. Estes agentes, que são programas semiautónomos potenciados por inteligência artificial, poderão assim trabalhar em conjunto de forma mais fluida, mesmo que operem em distintas nuvens (clouds), aplicações ou serviços. Na prática, o A2A permite que os agentes troquem informações sobre os seus objetivos e que um agente possa solicitar ações a outro. Para os programadores, isto traduz-se num conjunto de ferramentas e componentes interoperáveis que asseguram que esta colaboração ocorre de forma segura e eficiente.
A visão da Microsoft para um ecossistema de IA colaborativo
Numa publicação no seu blogue oficial, a Microsoft sublinhou a importância estratégica desta adesão: "Ao apoiar o A2A e ao construir sobre a nossa plataforma de orquestração aberta, estamos a lançar as bases para a próxima geração de software — colaborativo, observável e adaptável por natureza". A empresa acrescenta que "os melhores agentes não residirão numa única aplicação ou nuvem; irão operar no fluxo de trabalho, abrangendo modelos, domínios e ecossistemas diversos."
Quando o suporte A2A estiver implementado no Azure AI Foundry e no Copilot Studio, os agentes desenvolvidos nestas plataformas poderão interagir e solicitar tarefas a agentes externos. Isto inclui agentes criados com outras ferramentas ou alojados fora do ecossistema Microsoft. Imagine, por exemplo, um agente da Microsoft a tratar do agendamento de uma reunião, enquanto um agente da Google se encarrega de redigir e enviar os convites por e-mail.
Vantagens e o panorama crescente dos agentes IA
A Microsoft destaca que esta interoperabilidade permitirá aos seus clientes "construir fluxos de trabalho complexos e multiagente que abrangem [agentes] internos, ferramentas de parceiros e infraestrutura de produção — tudo isto enquanto se mantém a governação e os acordos de nível de serviço (SLAs)".
Apesar de a tecnologia dos agentes IA ainda estar a evoluir, o investimento nesta área é cada vez maior, impulsionado pela promessa de aumento de produtividade. Um estudo recente da KPMG revelou que 65% das empresas já estão a experimentar agentes de IA. As projeções da Markets and Markets indicam que o mercado de agentes IA deverá crescer de aproximadamente 7,2 mil milhões de euros (7,84 mil milhões de dólares) em 2025 para uns impressionantes 48,4 mil milhões de euros (52,62 mil milhões de dólares) até 2030.
Uma tendência de standards abertos na indústria da IA
A decisão da Microsoft de apoiar o Agent2Agent da Google não é um caso isolado. Surge depois de a empresa ter integrado no Copilot Studio o suporte para o MCP (Model-Centric Protocol), um standard desenvolvido pela Anthropic que visa facilitar a ligação entre modelos de IA e os sistemas onde os dados residem. É de salientar que outros gigantes da indústria, como a própria Google e a OpenAI, também anunciaram a adoção do MCP no início deste ano. Esta movimentação da Microsoft reforça o que a empresa descreve como um alinhamento "com o impulso mais amplo da indústria para protocolos de agentes partilhados", sugerindo um futuro onde a interoperabilidade será fundamental no desenvolvimento da Inteligência Artificial.
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