O recente Xbox Games Showcase foi palco de vários anúncios aguardados, mas um deles acabou por se destacar pelas piores razões. Depois da revelação de um novo trailer para The Outer Worlds 2, a sequela do popular RPG de ficção científica de 2019, o entusiasmo dos jogadores foi rapidamente substituído por um sentimento de choque e revolta ao descobrirem o preço do jogo.
Um preço de luxo para um jogo de nicho
A Microsoft decidiu fixar o preço de The Outer Worlds 2 em 80€ na Europa, um valor que acompanha os 80 dólares nos Estados Unidos e as 69,99 libras no Reino Unido. Esta decisão gerou uma onda de críticas, especialmente por se tratar de um jogo que, apesar de ter uma base de fãs dedicada, não possui a popularidade massiva de títulos como Call of Duty ou Doom, que vendem milhões de unidades e poderiam, teoricamente, justificar um valor tão elevado.
A alegria inicial de ver a continuação de uma aventura aguardada desde o seu primeiro anúncio em 2021 deu lugar à incredulidade. O preço está visível na página oficial do jogo na Steam, confirmando que não se tratava de um erro.
A comunidade não perdoa a ganância
A reação dos jogadores não se fez esperar. Nem os seguidores mais leais da franquia ficaram satisfeitos com a novidade. Em plataformas como o Reddit, o descontentamento é palpável, com muitos a classificarem a decisão como um exagero e a aconselharem outros jogadores a esperar por saldos e promoções para adquirir o título por um valor mais razoável.
Este aumento de preço não é, contudo, uma surpresa total. No mês passado, a Microsoft já tinha anunciado um aumento no preço das suas consolas Xbox e confirmado que os jogos digitais iriam, eventualmente, atingir o patamar dos 80€. Infelizmente para os jogadores, essa realidade chegou mais cedo do que o esperado.
Uma estratégia para impulsionar o Game Pass?
A grande questão que paira no ar é a motivação por detrás desta estratégia de preços. Uma teoria que ganha força é que a Microsoft poderá estar a utilizar estes valores elevados para tornar a sua subscrição Game Pass ainda mais apelativa. Ao colocar um único jogo ao preço de vários meses de subscrição, a empresa pode estar a incentivar os consumidores a optar pelo serviço, que oferece acesso a uma vasta biblioteca de jogos, incluindo os lançamentos "first-party" no dia de estreia.
Se esta for a estratégia, levanta-se outra preocupação: será que o preço do Game Pass será o próximo a subir? Os jogadores temem que este seja apenas o primeiro passo de uma nova política de preços que tornará o hobby dos videojogos cada vez mais dispendioso.
A verdade é que, apesar dos protestos, haverá sempre quem compre os jogos independentemente do preço. No entanto, as editoras parecem não compreender que estes valores são incomportáveis para a grande maioria. E o mais triste é que, se as vendas ficarem aquém das suas expectativas, a fatura acaba, muitas vezes, por ser paga pelos estúdios de desenvolvimento, que raramente têm uma palavra a dizer na definição do preço final do seu trabalho.
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