Apesar de a gigante de Cupertino ter encontrado uma solução alternativa para retomar a venda do Apple Watch nos Estados Unidos, a batalha legal contra a Masimo está longe de terminar. A empresa de tecnologia médica voltou à carga com novos processos, alegando que as medidas adotadas pela Apple continuam a infringir a sua propriedade intelectual.
Como resposta a estas novas alegações, a Comissão de Comércio Internacional dos Estados Unidos (ITC) decidiu abrir um novo procedimento de investigação. O objetivo é determinar se as unidades mais recentes do relógio inteligente da Apple, mesmo com as modificações de software implementadas, ainda violam as patentes da Masimo.
O "truque" do processamento no iPhone
O cerne da nova disputa reside na forma como a Apple está a gerir a funcionalidade de medição de oxigénio no sangue. Segundo a acusação da Masimo, a Apple continua a utilizar a sua tecnologia patenteada para a recolha de dados biométricos, mas tentou contornar as restrições legais ao "mascarar" o processo.
A alegação sugere que, em vez de realizar todo o processamento no próprio relógio, a Apple estará a transferir o processamento desses dados para o iPhone emparelhado. Para a Masimo, esta alteração técnica não é suficiente para evitar a infração das suas patentes.
O que está em jogo
Conforme reportado pela Reuters, a ITC estabeleceu um prazo de até seis meses para concluir esta nova análise. As consequências para a Apple podem ser severas: caso seja considerada culpada novamente, a empresa poderá enfrentar uma nova ordem de proibição de importação das unidades do Apple Watch para o mercado norte-americano.
Além do bloqueio comercial, a vertente financeira também pesa na balança. A empresa liderada por Tim Cook poderá ser obrigada a pagar indemnizações adicionais à Masimo, somando-se aos cerca de 634 milhões de dólares (aproximadamente 600 milhões de euros) que já foi condenada a desembolsar recentemente.
Do lado da Apple, a postura mantém-se defensiva. A empresa classifica esta nova investida da Masimo como uma "tentativa infundada" de bloquear uma funcionalidade de saúde popular nos seus relógios, garantindo que irá defender a sua posição vigorosamente tanto na ITC como nos tribunais federais.
Este conflito arrasta-se desde 2023 e já teve repercussões significativas no mercado, tendo a Masimo conseguido bloquear as importações do dispositivo por mais de um ano, o que forçou a Apple a desativar via software o oxímetro nos relógios vendidos nos Estados Unidos durante esse período. Até ao momento, a Masimo não teceu comentários adicionais sobre a reabertura do processo.
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