O governo da Alemanha anunciou na quarta-feira (11) que fiscalizará com atenção a promessa do Google de respeitar os pedidos de privacidade ao permitir que as pessoas fiquem de fora de seu sistema de mapeamento "Street View", e que estaria pronto a intervir caso necessário.
Em um país desconfiado da vigilância, devido às ações da Gestapo nazista e da polícia secreta Stasi da Alemanha Oriental, a resposta ao Street View vem sendo fortemente negativa, ainda que os alemães tenham recebido garantias de que poderiam excluir do sistema as imagens de suas casas.
O anúncio do Google, na terça-feira, de que permitiria aos alemães excluir seus imóveis do Street View não bastou para acalmar os temores de que o sistema de navegação comprometeria a privacidade.
"Nós estudaremos com atenção a efetividade prática dessa promessa, e veremos o que fazer com base nisso," disse uma porta-voz de Ilse Aigner, a ministra do Consumo, em entrevista coletiva do governo.
O Google está sob ataque devido ao período curto estabelecido para que os alemães expressem suas objeções – o prazo se esgota em 15 de setembro.
"Um prazo de apenas quatro semanas não é certo," disse Ulrich Ropertz, porta-voz da DMB, a associação alemã de inquilinos. "É como se você estivesse condenado a viver com isso para sempre, se não objetar de imediato."
Mais de 10 mil alemães já requisitaram formalmente que suas casas sejam excluídas do Street View. Críticas vindas das organizações de defesa dos direitos civis provavelmente elevarão esse número.
"A Stasi morreria de inveja caso tivesse tido a capacidade de recolher dados como esses," afirmou o jornal conservador Frankfurter Allgemeine Zeitung. "Aquilo que no passado era definido como Estado bisbilhoteiro agora se chama Google View."
Representantes do governo informaram que os moradores poderão manter suas residências fora das fotografias tiradas ao nível da rua por veículos do Google portando câmeras instaladas a uma altura de três metros.
O governo também pode entrar para a lista daqueles que solicitam a exclusão de imóveis do Street View, por exemplo instalações militares, disse Christoph Steegmans, um porta-voz do governo. "Cada ministro decidirá como agir", disse.
fonte: g1.com.br