O mercado da Inteligência Artificial sofreu uma grande reviravolta na semana passada, por culpa da DeepSeek. Esta empresa chinesa revelou um novo modelo aberto de IA, que é também consideravelmente mais barato que os rivais, e promete um desempenho similar ou até melhor que os mesmos.
Várias entidades consideram que o avanço feito pela DeepSeek é certamente impressionante e de relevo para o mercado. De tal forma que existem agora alguns rumores de que este modelo pode vir a surgir com algumas melhorias nos EUA.
O modelo R1 da DeepSeek é capaz de ultrapassar ou igualar o modelo o1 da OpenAI, isto com uma fração do preço para os pedidos, e tendo em conta que é um modelo inteiramente aberto. A empresa afirma que um dos modelos integrados do R1 apenas custa 5.6 milhões de dólares para treinar – o que embora pareça muito, é bastante abaixo do que se paga por outros modelos similares.
Além disso, o modelo surge também numa altura em que o governo dos EUA encontra-se a apertar nas restrições para o envio de chips para a China, e onde algumas fontes apontam que o modelo da DeepSeek demonstra que não existe mérito em tais medidas, e que existirão sempre formas de contornar as mesmas ou de inovar.
Neal Khosla, CEO da empresa Curai, aponta que a empresa encontra-se a propagar falsos custos, com a ideia de levar entidades e consumidores nos EUA a adotarem o seu modelo, e a prejudicar a competição do mercado – no entanto, a mensagem de Khosla surge sem qualquer prova de tal, e ao mesmo tempo, familiares de Khosla são investidores sérios na OpenAI, o que pode indicar a resposta.
A jornalista Holger Zschaepitz, por sua vez, indica que o modelo da DeepSeek pode representar uma ameaça para os EUA e os seus mercados de IA, em parte porque demonstra que uma empresa chinesa, com bastantes limitações, pode criar algo deste género com metade dos custos que uma empresa norte-americana conseguiria, levantando questões sobre os investimentos que são feitos nas entidades norte-americanas.
Garry Tan, CEO da Y Combinator, aponta uma ideia mais otimista, em como modelos rivais podem ajudar a melhorar a adoção de tecnologias de IA, e eventualmente, levar a um consumo mais elevado da mesma por parte dos consumidores, o que terá benefícios para todas as entidades que fazem uso deste formato de tecnologias.
Por fim, Yann LeCun, chefe cientista da divisão de IA da Meta, aponta que a questão não se encontra na guerra entre EUA e China, mas sim na demonstração de como os modelos abertos são vistos como o futuro da tecnologia.
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