A Mozilla lançou uma atualização de emergência, o Firefox 139.0.1, após a versão anterior, disponibilizada na terça-feira, ter causado problemas visuais significativos em computadores equipados com placas gráficas NVIDIA. A versão 139 do popular navegador, que chegou a 27 de maio com novidades como a tradução integral de páginas, introduziu também artefactos gráficos que afetaram a experiência de navegação de vários utilizadores.
A mais recente versão do Firefox trouxe problemas visuais inesperados
Pouco após a instalação do Firefox 139, começaram a surgir queixas. Num tópico do Reddit, diversos utilizadores do Firefox reportaram que vídeos piscavam ou apresentavam flashes intermitentes. Este problema não se limitou a vídeos, afetando também a visualização de páginas web, incluindo sites populares como o Instagram.
Felizmente, a Mozilla identificou rapidamente a origem da falha e disponibilizou uma correção célere através da versão 139.0.1.
O que causou os artefactos no Firefox 139?
Numa publicação no Bugzilla, a plataforma de gestão de bugs da Mozilla, a empresa confirmou que o Firefox 139 reativou um comportamento específico do DirectComposition, o que despoletou os referidos problemas gráficos. Em versões anteriores, o Firefox mantinha uma lista de bloqueio que impedia o navegador de utilizar o DirectComposition em sistemas com configurações de múltiplos monitores com taxas de atualização diferentes e placas NVIDIA.
Com o lançamento do Firefox 139, essa lista de bloqueio foi inadvertidamente removida. Esta alteração permitiu que o navegador utilizasse o DirectComposition de uma forma que expôs um bug existente nos drivers gráficos da NVIDIA em sistemas operativos Windows 10. O problema manifestava-se, por exemplo, ao reproduzir um vídeo a 60 FPS num monitor de 60 Hz e, simultaneamente, interagir (como fazer scroll ou passar o rato por cima de conteúdo) num segundo monitor com uma taxa de atualização superior. Partes do buffer de vídeo do primeiro monitor "vazavam" para a janela do segundo, resultando nos flashes ou corrupção visual sempre que a página era redesenhada. Curiosamente, o problema não ocorria com conteúdo a 30 FPS, pois a temporização dos fotogramas alinhava-se com ambas as taxas de atualização.
É importante notar que o problema não afetou utilizadores com um único monitor ou com sistemas equipados com placas gráficas AMD ou Intel. A Mozilla também esclareceu que o DirectComposition em si não é o problema, mas sim a forma como a sua implementação no Firefox interage com certas GPUs.
Mozilla reage rapidamente com o Firefox 139.0.1
Conforme detalhado nas notas de lançamento, a nova atualização (139.0.1) já está a ser distribuída e restaura a lista de bloqueio. Isto significa que os utilizadores afetados deverão deixar de experienciar os artefactos gráficos. "Corrigida a corrupção gráfica com certos adaptadores gráficos NVIDIA e múltiplos monitores a funcionar com taxas de atualização mistas após a atualização para o Firefox 139," indicou a Mozilla na página das notas de lançamento.
Para instalar o Firefox 139.0.1, basta aceder às Definições do navegador e verificar se existem atualizações disponíveis.
Olhando para o futuro: Mozilla procura soluções mais robustas
Um developer do Firefox, numa publicação no Bugzilla, referiu que "atualmente, a única coisa que torna o Firefox especial a este respeito é que utiliza o DirectComposition do Windows de uma certa forma (Surfaces em vez de Swapchains) para a maioria do conteúdo web...".
Adiantou ainda que a equipa está a trabalhar numa nova abordagem: "Temos um novo caminho de código (o Layer Compositor, como é chamado) que deverá ficar disponível para teste no Firefox Nightly nas próximas semanas, se tudo correr bem. Teremos interesse em testá-lo nos mesmos computadores [afetados] quando estiver pronto, para verificar se alguma desta cintilação ocorre com essa abordagem, que é muito mais similar à de outros navegadores."
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