A Waymo, empresa de robotáxis detida pela Alphabet, está a tomar medidas drásticas para proteger a sua frota, limitando significativamente os seus serviços em várias cidades dos Estados Unidos. A decisão surge em antecipação aos protestos "No Kings", agendados para este sábado, que visam o Presidente Donald Trump e as suas políticas.
Protestos "No Kings" ditam suspensão do serviço
A empresa confirmou na sexta-feira que a operação dos seus veículos autónomos seria afetada em cidades como São Francisco, Austin, Atlanta e Phoenix. Em Los Angeles, o serviço foi mesmo completamente suspenso. Um porta-voz da Waymo, em declarações à Wired, oficializou as alterações, embora não tenha sido especificado por quanto tempo estas limitações irão vigorar.
Esta medida preventiva surge na sequência de incidentes violentos ocorridos na semana passada. Durante protestos em Los Angeles contra as políticas de imigração da administração Trump, cinco veículos da Waymo foram incendiados e vandalizados com mensagens contra as autoridades de imigração (ICE). Como resposta imediata, a Waymo já tinha suspendido o serviço no centro daquela cidade.
O historial de ataques a carros autónomos
Não é a primeira vez que a tecnologia de condução autónoma se torna um alvo em momentos de descontentamento social. A razão pela qual os manifestantes visam especificamente estes veículos não é totalmente clara, mas existe a perceção de que podem funcionar como ferramentas de vigilância.
Esta ideia é alimentada pelo facto de departamentos de polícia já terem solicitado filmagens captadas pelos robotáxis para auxiliar em investigações criminais. A Waymo afirma que contesta os pedidos que considera excessivamente abrangentes ou sem uma base legal sólida, mas a associação entre os seus carros e a vigilância parece ter ficado na mente do público.
A situação atingiu um ponto crítico, com o chefe dos bombeiros de São Francisco a informar as autoridades, na passada quarta-feira, de uma nova diretriz preocupante. Segundo o San Francisco Chronicle, foi afirmado que, "num período de agitação civil, não tentaremos extinguir esses incêndios [em carros autónomos], a menos que estejam junto a um edifício". Esta declaração sublinha a complexa e, por vezes, tensa relação entre as novas tecnologias e o espaço público em tempos de instabilidade.
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