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O granulado de filme é um daqueles elementos subtis que conferem aos filmes a sua magia característica. Quando vamos ao cinema, estas pequenas imperfeições que dançam no ecrã adicionam uma profundidade e textura que são notoriamente difíceis de replicar no mundo digital. Agora, a Netflix parece ter decifrado o código.

 

Numa publicação recente no seu Techblog oficial, a gigante do streaming anunciou uma nova técnica que não só recupera o visual clássico do cinema, como também melhora a estabilidade da reprodução, reduzindo erros e os irritantes momentos de rebuffering. Esta tecnologia está a ser implementada globalmente desde março e já se encontra disponível em dispositivos compatíveis.

 

O problema da imagem digital demasiado 'perfeita'

 

Filmes gravados com câmaras digitais podem, por vezes, parecer excessivamente limpos e artificiais. Até mesmo as versões digitalizadas de filmes analógicos podem perder o granulado original durante o processo. Este problema é particularmente acentuado em serviços de streaming como a Netflix, que dependem da compressão de vídeo para reduzir o tamanho dos ficheiros e garantir uma transmissão fluida.

 

imagem da netflix com granulado

 

Neste esforço de eficiência, o processo de compressão tende a eliminar o granulado do ficheiro de vídeo original. O resultado é uma transmissão estável, mas uma imagem que perde aquele charme autêntico de cinema.

 

AV1 Film Grain Synthesis: a solução engenhosa da Netflix

 

Para resolver esta questão, a Netflix implementou uma tecnologia chamada “AV1 Film Grain Synthesis” (FGS). O seu objetivo é reintroduzir um granulado de filme agradável na imagem, sem que isso aumente o tamanho do ficheiro ou a largura de banda necessária para a transmissão.

 

O método é bastante inteligente. O FGS analisa o vídeo original para determinar o padrão e a forma específicos do seu granulado. Isto é feito comparando o vídeo original com uma versão "limpa" (sem ruído), sendo a diferença entre os dois precisamente o granulado.

 

De seguida, a intensidade do granulado é ajustada para diferentes cenas, tendo em conta a iluminação e a cor. Esta informação é então transmitida como metadados, juntamente com o vídeo comprimido e sem granulado. O seu dispositivo utiliza depois esta "receita" para recriar o efeito de granulado em tempo real. Desta forma, filmes e séries na Netflix passam a ter um visual analógico mais autêntico, melhorando a qualidade de imagem e a experiência de visualização.

 

Uma vitória a dobrar: melhor imagem e streaming mais estável

 

Curiosamente, durante os testes A/B desta funcionalidade, a Netflix descobriu um benefício inesperado. A utilização do FGS resultou numa redução significativa da taxa de bits (bitrate) e do consumo de largura de banda.

 

Além disso, observou-se uma diminuição nos erros de reprodução, menos paragens para rebuffering e um arranque mais rápido dos conteúdos. Na prática, isto traduz-se numa experiência de streaming globalmente mais estável. Uma verdadeira vitória a dobrar.

 

Como pode ver esta tecnologia em ação?

 

Se está curioso para ver o FGS a funcionar, precisará de um dispositivo de reprodução que seja compatível com esta tecnologia. Infelizmente, a Netflix ainda não especificou claramente quais os equipamentos ou a lista completa de filmes e séries que beneficiam desta novidade.

 

No entanto, a empresa sugere que They Cloned Tyrone e Dept. Q são bons exemplos para começar. A gigante do streaming adianta ainda que, em alguns casos, pode ser necessário desativar o HDR nas definições do seu dispositivo para conseguir visualizar as transmissões com FGS ativado.




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