
Os ataques de ransomware divulgados publicamente dispararam 63% durante o segundo trimestre de 2025, num total de 276 incidentes, quando comparado com o mesmo período de 2024. Segundo o mais recente relatório da BlackFog, este é o valor mais elevado para este período desde que a empresa começou a monitorizar estes dados em 2020.
Um trimestre de recordes negativos
Todos os meses do trimestre estabeleceram novos máximos em comparação com os anos anteriores. Junho registou um aumento impressionante de 113%, com um total de 96 ataques. Abril não ficou atrás, com um crescimento de 51% (89 ataques), enquanto maio assistiu a uma subida de 40% (91 ataques).
Saúde e governo na mira dos cibercriminosos
No que toca aos alvos, o setor da saúde foi o mais penalizado, com 52 ataques publicamente divulgados. Seguiu-se o setor governamental, que registou 45 ataques, e a indústria de serviços, com 33 incidentes.
O setor do retalho também esteve firmemente na mira dos atacantes, atingindo o seu volume mais alto de sempre de ataques no segundo trimestre. Os retalhistas do Reino Unido, em particular, sofreram o impacto de ataques de ransomware de alto perfil, com o número de incidentes divulgados neste setor a saltar 58% em comparação com o primeiro trimestre de 2025.
Qilin: o grupo de ransomware mais ativo do trimestre
De entre os 53 grupos de ransomware ativos, a quadrilha Qilin destacou-se como a mais prolífica, sendo responsável por 10% (28) dos ataques revelados e 15% dos que foram expostos em sites de fuga de informação na dark web. No início deste ano, a agência norte-americana CISA emitiu um aviso formal depois de o grupo Qilin ter atingido alvos de grande visibilidade no Reino Unido e nos EUA, classificando-o como um risco elevado para infraestruturas críticas.
A escala da atividade que passa despercebida continua a ser significativa, com 80,9% de todos os ataques de ransomware a não serem reportados. Ao longo do segundo trimestre, ocorreram 1.446 ataques não divulgados, um aumento de 19% em relação ao mesmo período de 2024.
O roubo de dados continua a ser o objetivo final
Dr. Darren Williams, fundador e CEO da BlackFog, sublinha a gravidade da situação: "Os resultados expõem a dimensão do desafio que as organizações enfrentam. Os últimos meses foram especialmente penalizadores para os retalhistas globais, com lojas de rua proeminentes a tornarem-se vítimas e a absorverem as consequências financeiras e operacionais destes ataques."
As conclusões do relatório também destacam que, repetidamente, os atacantes procuram uma única coisa: dados. "Este é mais um lembrete de que as organizações devem tomar medidas decisivas para reduzir o risco de exfiltração de dados, com controlos e processos que formem um 'anel de aço' protetor em torno dos seus dados mais sensíveis para travar os atacantes no seu caminho", conclui Williams.











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