
Os Samsung Galaxy XR, criados em parceria com a Google, prometem ser a grande montra do novo sistema operativo Android XR, mas o seu grande trunfo poderá não ser uma funcionalidade de realidade mista revolucionária, mas sim algo muito mais prático: um acesso quase ilimitado ao ecossistema de aplicações Android já existente.
Numa abordagem que contrasta diretamente com a da concorrência, um porta-voz da Google revelou ao Engadget que "quase todas as aplicações Android serão disponibilizadas automaticamente sem qualquer esforço de desenvolvimento adicional".
Uma "App Store" instantânea com milhões de aplicações
Esta estratégia significa que, desde o primeiro dia, os utilizadores do Galaxy XR terão acesso a um vasto leque de software. As aplicações, mesmo as que foram desenhadas apenas para telemóveis, serão consideradas "aplicações móveis compatíveis com Android XR".
Isto significa que irão funcionar num painel flutuante no espaço virtual, que pode ser movido e redimensionado pelo utilizador. De acordo com as diretrizes da Google para developers, estas aplicações irão suportar automaticamente os métodos de controlo essenciais da realidade mista, como o seguimento ocular e de mãos, além dos periféricos tradicionais como comandos, ratos e teclados.
A experiência visual também foi tida em conta, com a Google a garantir que as aplicações "não serão executadas em modo de compatibilidade e não terão barras pretas".
A estratégia para evitar o deserto de software
A única exceção serão as aplicações que dependam de hardware específico que o headset não possui, como um sensor GPS. Esta abordagem agressiva parece ser uma lição aprendida com o lançamento do Apple Vision Pro, que, apesar de permitir que os developers listassem as suas apps de iOS e iPadOS, resultou numa oferta inicial de software nativo algo limitada e com resultados mistos.
A Google parece querer evitar este "deserto" de software, oferecendo um caminho muito mais suave para os developers e uma biblioteca de conteúdos instantaneamente rica para os utilizadores.
O futuro é adaptável: a visão da Google para além dos telemóveis
Para as aplicações que já foram atualizadas para ecrãs maiores ou que são "adaptativas" — capazes de se reorganizar e redimensionar consoante o dispositivo —, a experiência será ainda mais fluida. A Google afirma que o design adaptativo será o padrão no futuro, um esforço que começou a ser implementado com o lançamento do Android 16 este ano.
A empresa quer que as aplicações Android se sintam responsivas e naturais, independentemente de estarem a ser executadas num telemóvel, no ecrã de um carro ou nuns óculos de realidade mista. Considerando o preço potencialmente mais acessível do Galaxy XR em comparação com o Vision Pro, os developers poderão ter um público muito maior para o qual criar experiências, acelerando a adoção da nova plataforma.











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