A OpenAI, a empresa por trás do popular ChatGPT, estará a considerar a introdução de anúncios na sua plataforma. A medida surge numa altura em que a startup, avaliada em cerca de 500 mil milhões de dólares, enfrenta dificuldades em converter a sua vasta base de utilizadores gratuitos em clientes pagantes, uma fonte de receita crucial para sustentar os seus elevados custos operacionais.
A "Meta-ficação" da OpenAI?
Apesar de contar com impressionantes 800 milhões de utilizadores, apenas 5% destes subscrevem um dos planos pagos do ChatGPT. Segundo o Financial Times, embora os clientes pagantes representem 70% da receita de 13 mil milhões de dólares da empresa, o valor não é suficiente para cobrir as despesas massivas e os planos de expansão.
Internamente, o debate sobre a publicidade intensifica-se. De acordo com o site The Information, grupos de foco da OpenAI revelaram que alguns utilizadores já partem do princípio que as respostas do chatbot são patrocinadas. Estes dados têm sido usados por uma fação de funcionários para defender a implementação de anúncios.
A crescente influência de ex-funcionários da Meta na OpenAI, que já representam cerca de 20% da força de trabalho, alimenta a ideia de uma "Meta-ficação" da empresa, onde a publicidade se poderia tornar a principal fonte de receita, desviando-se dos objetivos originais de desenvolver IA para o benefício da humanidade.
Uma tendência na indústria da IA
A OpenAI não está sozinha nesta encruzilhada. A Google também já confirmou que planeia integrar anúncios na sua nova experiência de Pesquisa com IA, indicando uma tendência crescente para a monetização de serviços de inteligência artificial através de publicidade.
ChatGPT Go chega a Portugal como alternativa
Num esforço para aumentar as receitas, a OpenAI está a expandir o seu plano mais económico, o "Go". Este plano, que estava inicialmente limitado a mercados em desenvolvimento, chega agora a Portugal e a outros países europeus como Espanha, Áustria e Suécia, com um custo de 4 euros por mês.
O plano Go oferece menos limitações que a versão gratuita, mas não dá acesso aos modelos de IA mais avançados da empresa. Paralelamente, a OpenAI começou a vender créditos para o uso de outras ferramentas, como o Codex e o Sora, numa clara tentativa de diversificar as suas fontes de financiamento enquanto se prepara para uma possível entrada em bolsa.
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