
A imagem de um futuro onde robôs inteligentes auxiliam nas tarefas quotidianas é cada vez mais real, mas especialistas em cibersegurança acabam de demonstrar que esta conveniência pode esconder perigos físicos imediatos. Durante o evento de hacking GEEKCon, realizado em Xangai, ficou provado que estes equipamentos podem ser comprometidos em poucos minutos e usados para causar danos reais.
Segundo a demonstração levada a cabo pelo grupo de investigação DARKNAVY, e conforme detalhado pelo Interesting Engineering, os sistemas de robótica baseados em Inteligência Artificial possuem vulnerabilidades que permitem o seu sequestro total por agentes maliciosos.
Do controlo remoto ao ataque físico
Para ilustrar a gravidade da situação, os investigadores utilizaram um robô da marca Unitree. Após contornarem as medidas de segurança do dispositivo, conseguiram assumir o controlo remoto do mesmo. A demonstração não se limitou a movimentos inofensivos; focou-se em como comandos de voz ou conexões sem fios podem transformar estes androides em máquinas violentas.
Num cenário perturbador, os especialistas ordenaram ao robô que avançasse e atacasse um manequim, evidenciando o potencial destrutivo num ambiente real caso estes dispositivos sejam acedidos por pessoas mal-intencionadas. Este teste levanta questões urgentes sobre a segurança física em espaços públicos e industriais onde estas máquinas começam a operar.
Uma reação em cadeia silenciosa
Um dos aspetos mais alarmantes revelados pelo grupo DARKNAVY é a capacidade de propagação do ataque. Foi demonstrado que uma máquina comprometida tem a capacidade de infetar outras que estejam nas proximidades, criando uma cadeia de contaminação.

O mais preocupante é que esta propagação ocorre através de conexões sem fios de curto alcance, o que significa que os robôs não precisam de estar ligados à mesma rede Wi-Fi ou sequer à Internet para serem afetados. Isto invalida a estratégia comum de desconectar dispositivos da rede para garantir a sua segurança, provando que o isolamento digital pode não ser suficiente para travar esta ameaça.
Esta revelação surge num momento de expansão acelerada do setor. Enquanto a LG vai revelar o CLOiD, o seu novo robô doméstico, na CES 2026, e a China alerta para risco de bolha na indústria devido à proliferação de modelos acessíveis, a necessidade de regulamentação e protocolos de segurança mais robustos torna-se imperativa para evitar que a "revolta das máquinas" deixe de ser apenas um tema de ficção científica.