
A inteligência artificial (IA) deixou de ser apenas uma "buzzword" de software para se tornar um componente fundamental do hardware que usamos todos os dias. A transição é silenciosa, mas rápida: dados recentes indicam que 44% dos computadores pessoais vendidos na Europa já incluem chipsets de nova geração, concebidos especificamente para executar tarefas de inteligência artificial de forma nativa.
Estes números, que ilustram uma mudança profunda no panorama tecnológico, foram destacados num relatório recente da CONTEXT. O documento sublinha que a tecnologia "AI Ready" deixou de ser um conceito experimental para se tornar um pilar nas decisões de compra, tanto em ambientes empresariais como no setor da educação.
Uma renovação impulsionada pela necessidade, não apenas pela "hype"
Apesar da presença crescente de funcionalidades de IA, a adoção destes novos equipamentos não é motivada exclusivamente por uma procura desenfreada por estas ferramentas. Segundo Marie-Christine Pygott, analista sénior da CONTEXT, o crescimento da quota de mercado dos PCs preparados para IA deve-se, em grande parte, a fatores pragmáticos.
As empresas e consumidores estão a adquirir estes dispositivos seguindo os ciclos naturais de renovação do parque informático, impulsionados pelo fim de vida útil de equipamentos antigos e pela necessidade de acompanhar as atualizações dos sistemas operativos. Desta forma, a IA acaba por entrar nas organizações e nas casas dos europeus como uma característica integrada no produto padrão, tornando-se omnipresente quase por "arrasto" da modernização do hardware.
Este cenário sugere que, embora o mercado possa não estar a exigir IA explicitamente em cada compra, a indústria já tomou a decisão de tornar a tecnologia omnipresente nas novas gerações de computadores.
O desafio da formação e a parceria com a Intel
Ter o hardware certo é apenas o primeiro passo. Durante o evento "Inteligência Artificial – Economia real", realizado no Senado italiano, Cristina Pez, responsável comercial da Acer para a região EMEA, alertou para a necessidade de capacitar as pessoas. Para a responsável, a tecnologia por si só não garante inovação; é fundamental investir na formação dos utilizadores, especialmente nas pequenas e médias empresas, para que estes saibam tirar partido das novas capacidades.
Esta filosofia estende-se ao setor da Educação, onde a Acer tem trabalhado em estreita colaboração com escolas e professores. Um exemplo prático desta estratégia é o projeto "Skill for Innovation", desenvolvido em parceria com a Intel. A iniciativa visa dotar docentes e alunos de competências digitais avançadas, utilizando a IA não para substituir métodos de ensino, mas para criar percursos de aprendizagem mais personalizados e inclusivos, libertando os professores para tarefas de maior valor pedagógico.










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