Ao longo dos últimos meses tem vindo a falar-se bastante sobre o Harmony OS, a próxima geração do sistema operativo dedicado da Huawei. Este sistema tem vindo a ser visto como uma alternativa da empresa ao Android para os seus dispositivos, e surge sobretudo depois do governo dos EUA ter aplicado bloqueios à empresa chinesa.
De acordo com a Huawei, o Harmony OS encontra-se adaptado para funcionar corretamente sobre smartphones, dispositivos da Internet das coisas, TVs e vários outros formatos. No final, o objetivo da Huawei pretende ser unir todas as plataformas sobre uma única, sem se basear no sistema criado pela Google.
No entanto, parece que os planos ainda não estão a seguir o que se esperava inicialmente. Depois das primeiras versões Beta do Harmony OS terem sido fornecidas para os programadores na China, várias fontes relatam que o sistema nada mais passa do que uma adaptação direta do Android 10 – na sua versão AOSP e com algumas otimizações feitas pela Huawei. Isto foi agora novamente confirmado pelo jornalista Ron Amadeo do portal Ars Technica, que obteve acesso a uma versão “beta” do sistema da Huawei.
Para começar, o processo de inscrição para ser possível testar uma versão Beta do HarmonyOS é bastante extenso e complexo. Os programadores que pretendam testar o sistema, além de necessitarem de se encontrar fisicamente na China caso pretenda testar o sistema num smartphone real, não podem simplesmente descarregar o sistema para testarem como bem pretendam…
Invés disso, primeiro necessitam de se registar junto da Huawei e fornecer os dados de passaporte e uma foto do cartão de crédito, que segundo o jornalista terá levantado grandes questões a nível da privacidade e segurança. Após um processo de validação de dois dias, é então garantido o acesso à plataforma de onde se pode realizar o teste ao HarmonyOS.
O teste não é feito sobre um sistema físico. Invés disso, os programadores apenas possuem acesso a um “smartphone virtual”, que se encontra localizado na China e a executar uma versão Beta do sistema – para contraste, o Android SDK pode ser descarregado por qualquer utilizador gratuitamente e executado em qualquer sistema.
Uma vez garantido o acesso, o jornalista refere que foram encontradas várias referencias ao Android por todo o sistema, incluindo funcionalidades que são idênticas entre ambos – estão também incluídos ficheiros e configurações base do sistema que são idênticas ao Android AOSP.
Algumas das apps pré-instaladas no sistema até referem o próprio termo do “Android”, enquanto outras parecem ter sido apenas modificadas no nome dos pacotes, alterando o “Android” para “harmony”, com pouco mais feito.
No final, o sistema é praticamente idêntico ao que se encontra no Android 10, sem serviços da Google, e com o máximo de referências associadas ao “Android” modificadas para “HarmonyOS”. A Huawei espera que os primeiros dispositivos com HarmonyOS venham a chegar ao mercado durante este ano, e isso certamente que é possível de acontecer.
No entanto, se os mesmos vão contar com alguma inovação será uma história completamente diferente, sobretudo a nível do desempenho final – uma das vantagens que muitos viam no sistema dedicado da Huawei.
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