O ano passado a plataforma Cloudflare viu-se forçada a blocar o acesso ao site de um dos seus clientes, que estaria a usar o serviço de CDN da plataforma para ocultar as atividades ilegais de IPTV.
Na altura, a plataforma apelou da decisão, alegando que o Cloudflare trata-se apenas de uma plataforma de CDN, e que nenhum conteúdo do site em questão encontra-se diretamente associado na plataforma. No entanto, o tribunal responsável pelo caso chegou agora a uma decisão: a empresa vai mesmo ter de bloquear o site de IPTV.
O caso tinha sido originalmente criado contra o site “IPTV THE BEST”, dedicado à partilha de conteúdos IPTV na internet. Este site encontrava-se sobre o serviço do Cloudflare, o qual era usado para bloquear ameaças e acelerar o carregamento de conteúdos, ao mesmo tempo que protegia a localização original do site.
Na altura, a empresa sublinhou que a sua plataforma não se encontrava a alojar nenhum dos conteúdos do site, e que mesmo que a ordem de bloqueio fosse aplicada, isso não iria remover esses conteúdos da Internet – já que os mesmos ainda estariam disponíveis nos servidores originais.
No entanto, o tribunal responsável pelo caso concluiu que o Cloudflare terá ajudado a facilitar a disponibilização dos conteúdos ilegais ao otimizar o acesso aos mesmos, além de ocultar a localização original do site.
O tribunal sublinhou ainda que o facto de o site se encontrar ativo ou não depois de ser bloqueado pelo Cloudflare será irrelevante para o caso, já que não é o que se encontra em questão.
Além disso, o tribunal também revela que o Cloudflare deverá aplicar a mesma medida de bloqueio a todos os domínios que o site possa ter usado ou vir a usar no futuro, o que pode ser feito pelos gestores da plataforma como forma de “contornar” o agora bloqueio aplicado.
Esta medida abre portas para que as autoridades, no futuro, possam vir a conseguir bloquear de plataformas como o Cloudflare sites ilegais ou que fornecem conteúdos piratas, alegando que o serviço se encontra a facultar e facilitar o acesso aos mesmos – além de tornar a tarefa das autoridades mais complicada em identificar os servidores originais onde o site se encontre.
Com isto, o Cloudflare deverá agora ter de bloquear o domínio do site na sua plataforma – bem como todos os futuros domínios que venham a ser usados. De notar que esta medida apenas se aplica aos serviços que o Cloudflare fornece a nível de otimização de conteúdos, e não sobre o seu serviço de DNS – os sites ainda estarão disponíveis para os pedidos feitos ao serviço de DNS público.
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