A instabilidade parece ter regressado em força à plataforma X (anteriormente conhecida como Twitter), com inúmeros utilizadores, incluindo jornalistas, a enfrentar dificuldades significativas na utilização das funcionalidades básicas do serviço há mais de 24 horas. Mensagens que não carregam, linhas temporais (timelines) que se recusam a atualizar e publicações que só se tornam visíveis após uma (ou várias) atualizações da página são apenas alguns dos problemas reportados.
O que se passa com o X? Falhas de carregamento e acesso persistem
Os problemas terão começado na tarde de quinta-feira, 22 de maio, por volta das 19:12 (hora de Lisboa), segundo dados da plataforma Downdetector, que agrega reportes de falhas em serviços online. Desde essa altura, milhares de utilizadores submeteram queixas relativas a uma variedade de erros, desde a impossibilidade de iniciar sessão até ao desaparecimento de mensagens diretas.
A conta oficial de Engenharia do X, @XEng, reconheceu publicamente as perturbações ainda na quinta-feira, atribuindo a degradação do serviço a uma falha num centro de dados (data center). "O X está ciente de que alguns dos nossos utilizadores estão a experienciar problemas de desempenho na plataforma hoje", escreveu a conta. "Estamos a enfrentar uma interrupção num centro de dados e a equipa está a trabalhar ativamente para remediar a situação."
X reconhece problemas e aponta para falha em data center. Incêndio sob investigação?
Adensando o mistério, a revista Wired noticiou a ocorrência de um incêndio, também na quinta-feira, num centro de dados alugado pelo X perto de Portland, no estado norte-americano do Oregon. De momento, não é claro se este incidente está diretamente relacionado com as falhas generalizadas que os utilizadores continuam a sentir na plataforma.
Esta não é a primeira vez que o X enfrenta problemas desta magnitude. A última grande interrupção de serviço ocorreu em março, quando utilizadores em todo o mundo foram abruptamente desconectados da rede social, enfrentando depois dificuldades em aceder aos seus feeds, enviar mensagens e interagir com o conteúdo. Na altura, Elon Musk, proprietário da plataforma, atribuiu a perturbação a um ciberataque, embora não tenha apresentado provas que o corroborassem.
Um historial de instabilidade desde a aquisição por Elon Musk
Olhando para o passado recente, o X registou problemas de conectividade em larga escala também em dezembro de 2022 e julho de 2023. Mais recentemente, em maio do ano corrente, as linhas temporais deixaram de atualizar brevemente para muitos utilizadores.
Desde que Elon Musk adquiriu o X por uns colossais 44 mil milhões de dólares (aproximadamente 40,5 mil milhões de euros à taxa de câmbio atual) em 2022, a empresa sofreu uma restruturação profunda. Musk rapidamente reduziu a força de trabalho em cerca de 80%, passando de 7.500 para 1.300 funcionários.
O impacto dos despedimentos e as preocupações com a segurança da plataforma
Segundo a CNBC, em janeiro de 2023, o X contava com apenas 550 engenheiros a tempo inteiro. Fontes indicam ainda que uma nova vaga de despedimentos atingiu a empresa em novembro de 2024, afetando primariamente o departamento de engenharia.
Para além da redução de pessoal, desde a compra por Musk, têm surgido relatos de descuidos de segurança na empresa, incluindo configurações incorretas de servidores que poderiam ter deixado o site vulnerável a ataques de negação de serviço (DDoS). Resta saber se a atual vaga de problemas está ligada a estas questões estruturais ou se é, de facto, um incidente isolado no centro de dados.
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