Uma mudança significativa aproxima-se do mundo dos computadores com o fim do suporte da Microsoft para o Windows 10. A gigante tecnológica, em conjunto com parceiros como a AMD, Asus e Dell, tem vindo a incentivar os utilizadores a fazerem o que consideram ser a "atualização obrigatória para o Windows 11".
O problema é que nem todos os computadores o poderão fazer, pelo menos não oficialmente. A Microsoft estabeleceu requisitos de sistema mais elevados para o Windows 11, deixando muitos equipamentos perfeitamente funcionais para trás. Nestes casos, a posição oficial de Redmond é clara: os utilizadores devem comprar um novo computador e descartar o antigo.
Contudo, existe uma terceira via que tem vindo a ganhar cada vez mais adeptos: mudar para Linux.
A alternativa Linux ganha força
Esta não é uma ideia nova. Já em janeiro deste ano, a empresa de cibersegurança ESET recomendou que os utilizadores fizessem a transição para Linux caso não pudessem, ou não quisessem, atualizar do Windows 10 para o 11.
No mês passado, o projeto KDE, responsável por um dos mais populares ambientes de trabalho para Linux, lançou uma nova campanha intitulada "Endof10". A iniciativa, que visa encorajar a mudança, explica os vários benefícios do Linux sobre um sistema Windows 10 sem suporte, como a segurança e a privacidade. O projeto deu mesmo as boas-vindas aos "exilados do Windows 10" numa publicação recente.
The Document Foundation entra na luta
Agora, a "rebelião" ganha um novo e importante aliado. A The Document Foundation, a organização por detrás da popular suíte de produtividade gratuita LibreOffice, anunciou o seu apoio à iniciativa Endof10.
"Não tem de seguir o caminho de atualização da Microsoft. Existe uma opção melhor que devolve o controlo aos utilizadores, instituições e organismos públicos: Linux e LibreOffice. Juntos, estes dois programas oferecem uma alternativa poderosa, amiga da privacidade e à prova de futuro ao ecossistema Windows + Microsoft 365", afirma a fundação.
Os "custos reais" e a aposta na liberdade digital
A organização vai mais longe e detalha o que considera serem os "custos reais" da atualização para o Windows 11, que vão para além das atualizações de segurança.
"A mudança para o Windows 11 aumenta a dependência da Microsoft através de uma integração agressiva na nuvem, forçando os utilizadores a adotar contas e serviços da Microsoft. Leva também a custos mais elevados devido a modelos de subscrição e licenciamento, e reduz o controlo sobre como o seu computador funciona e como os seus dados são geridos. Além disso, os novos requisitos de hardware tornarão obsoletos milhões de PCs perfeitamente bons", pode ler-se no comunicado.
Para a fundação, a mensagem é clara: "O fim do Windows 10 não marca o fim da escolha, mas o início de uma nova era. Se está cansado de atualizações obrigatórias, alterações invasivas e de estar preso às escolhas comerciais de um único fornecedor, está na hora de mudar. O Linux e o LibreOffice estão prontos — 2025 é o ano certo para escolher a liberdade digital!"
Como fazer a transição do Windows para o Linux?
Para ajudar os utilizadores a migrar, a The Document Foundation delineou alguns passos essenciais. A organização salienta a importância de "começar imediatamente" com o processo de transição, cujos detalhes podem ser consultados na publicação oficial no blogue da The Document Foundation.
- Comece por testar o Linux e o LibreOffice numa segunda partição do seu PC (para utilizadores individuais) ou em departamentos menos críticos (para empresas).
- Verifique a compatibilidade da sua configuração de software com o Linux e o LibreOffice; a maioria das tarefas de escritório pode ser facilmente transferida ou adaptada com um esforço mínimo.
- Crie documentação para aprender como o Linux e o LibreOffice funcionam e organize formação, se necessário.
- Encontre um consultor que possa ajudar no processo de migração, como alguém certificado pelo Linux Professional Institute ou pela The Document Foundation (para o LibreOffice).
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