A Victoria's Secret anunciou ter recuperado todos os sistemas críticos que foram afetados por um incidente de segurança a 24 de maio. O ataque informático forçou a gigante da moda a encerrar temporariamente vários sistemas corporativos, incluindo a sua popular plataforma de comércio eletrónico.
Com cerca de 1.380 lojas espalhadas por quase 70 países, a empresa é um alvo de alto perfil. No primeiro trimestre de 2025, reportou vendas líquidas de 1,353 mil milhões de dólares (aproximadamente 1,245 mil milhões de euros), com previsões anuais que podem atingir os 6,3 mil milhões de dólares (cerca de 5,8 mil milhões de euros).
Impacto financeiro controlado, mas despesas continuam
Num comunicado submetido na passada quinta-feira à Comissão de Títulos e Câmbio dos EUA (SEC), a empresa revelou que todos os sistemas essenciais estão novamente a funcionar em pleno. A Victoria's Secret está agora a colaborar com peritos externos para avaliar a extensão total do impacto do ciberataque.
Apesar do susto, a marca acredita que o incidente não terá um impacto material nos seus resultados fiscais anuais, embora admita que poderá continuar a incorrer em despesas relacionadas com a resolução do ataque.
"Ativámos imediatamente os nossos protocolos de resposta para conter e erradicar o acesso não autorizado à rede, tendo contratado especialistas externos. Todos os sistemas críticos foram restaurados e estão totalmente operacionais", afirmou a Victoria's Secret. "Continuamos a avaliar o âmbito e o impacto total do incidente. Até à data, este não causou uma perturbação material nas nossas operações e não acreditamos que venha a ter um impacto material no nosso ano fiscal de 2025."
Ataque forçou adiamento da apresentação de resultados
Conforme a empresa já tinha revelado no mês passado, o incidente obrigou ao encerramento preventivo de sistemas corporativos, de alguns serviços em loja e do seu sítio web de comércio eletrónico no dia 26 de maio.
Numa comunicação a 3 de junho, a empresa acrescentou que foi forçada a adiar a divulgação dos seus resultados financeiros do primeiro trimestre. O motivo foi o facto de os sistemas necessários para este processo estarem inacessíveis após o ataque. "O processo de restauro impediu os funcionários de aceder a certos sistemas e informações necessárias para suportar a divulgação dos resultados financeiros da empresa", explicou.
Até ao momento, a Victoria's Secret não forneceu detalhes sobre a natureza do ataque e nenhum grupo de ransomware reivindicou a autoria.
Setor da moda na mira dos cibercriminosos
Este incidente de segurança segue-se a uma série de ataques que visaram outras empresas de moda nas últimas semanas. Entre as vítimas recentes encontram-se marcas de luxo como a Cartier e a Dior. A gigante alemã de vestuário desportivo, Adidas, também foi alvo de uma violação de dados no mês passado, onde informações de clientes foram roubadas.
Desde abril, uma campanha associada aos atores de ameaça Scattered Spider e ao grupo de ransomware DragonForce tem visado múltiplos retalhistas no Reino Unido, incluindo nomes sonantes como a Marks & Spencer, a Co-op e a Harrods, demonstrando uma tendência preocupante para o setor.
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