A popular aplicação de encontros Bumble anunciou esta quarta-feira que vai avançar com o despedimento de 30% da sua força de trabalho, uma medida que irá afetar cerca de 240 colaboradores. Numa comunicação oficial aos reguladores de mercado, a empresa justifica a decisão como parte de um plano para realinhar a sua "estrutura operacional e otimizar a execução das suas prioridades estratégicas". Curiosamente, a reação dos investidores foi bastante positiva, com as ações da Bumble a subirem perto de 20% após o anúncio.
Um plano para otimizar prioridades estratégicas
Com esta redução de pessoal, a Bumble antecipa uma poupança anual de aproximadamente 40 milhões de dólares (cerca de 37,2 milhões de euros). A empresa já revelou que pretende reinvestir a maior parte deste valor no desenvolvimento de produtos e tecnologia, numa clara aposta na inovação para recuperar o crescimento.
No entanto, o processo de reestruturação terá custos imediatos. A empresa estima incorrer em encargos não recorrentes entre 13 e 18 milhões de dólares (entre 12,1 e 16,7 milhões de euros), relacionados principalmente com indemnizações, benefícios e outros custos associados aos funcionários dispensados. Estes encargos serão refletidos nos resultados do terceiro e quarto trimestres de 2025. A acompanhar esta notícia, a Bumble reviu em alta a sua previsão de receitas para o segundo trimestre, que agora se situa entre os 244 e 249 milhões de dólares, acima do intervalo anterior de 235 a 243 milhões.
O regresso da fundadora num período de crise
Estes despedimentos surgem num momento de viragem para a empresa, que viu o regresso da sua fundadora, Whitney Wolfe Herd, ao cargo de CEO em março, depois de ter abandonado a liderança em 2023. Esta não é a primeira vez que a empresa recorre a cortes; em janeiro de 2024, já tinha dispensado 30% da sua equipa, o que na altura correspondeu a cerca de 350 trabalhadores.
O regresso de Herd acontece na sequência de resultados financeiros dececionantes no primeiro trimestre, com uma queda de 7,7% nas receitas em comparação com o ano anterior. Numa entrevista recente ao The New York Times, a fundadora admitiu as dificuldades: "A Bumble precisa de mim de volta. É uma extensão de mim, até certo ponto, e ver a sua queda desde o seu auge tem sido muito difícil."
Um desafio que afeta todo o setor
A Bumble não está sozinha a enfrentar dificuldades para atrair e reter utilizadores, especialmente os mais jovens. A Match, empresa-mãe de aplicações rivais como o Tinder e o Hinge, também tem sentido o abrandamento do mercado. Em maio, a Match anunciou o despedimento de 13% dos seus funcionários com o objetivo de reduzir custos e otimizar a sua estrutura organizacional, sinalizando que os desafios são transversais a todo o setor das aplicações de encontros.
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