A Polícia Judiciária (PJ) desmantelou uma rede criminosa em Lisboa que se dedicava à prática de burlas bancárias, resultando na detenção de quatro indivíduos. O grupo, que incluía um antigo funcionário de um banco, conseguiu apropriar-se de cerca de 130 mil euros de uma única vítima através de um esquema sofisticado de roubo de identidade e falsificação.
Num comunicado, a Polícia Judiciária detalhou que a Diretoria de Lisboa e Vale do Tejo deteve três homens e uma mulher, com idades entre os 30 e os 60 anos, suspeitos de crimes de burla qualificada, falsificação de documentos, falsidade informática e branqueamento de capitais.
Uma fraude presencial com recurso a identidade falsa
A investigação teve início em março de 2024, quando uma instituição bancária nacional alertou as autoridades para uma situação suspeita. Um cliente seu, a residir em Angola, queixou-se de várias operações bancárias realizadas em seu nome, presencialmente, num balcão em Lisboa. A vítima negou ter efetuado as transações, alegando que nem sequer se encontrava em Portugal na altura dos factos.
As autoridades apuraram que os criminosos conseguiram executar a fraude ao usar uma pessoa que se fez passar pelo cliente legítimo, utilizando para tal um documento de identificação contrafeito.
O esquema envolvia um ex-funcionário do banco
A investigação da PJ permitiu identificar os quatro suspeitos, descobrindo que um deles era um ex-bancário que terá agido em coautoria com os restantes membros do grupo. O esquema criminoso estava bem estruturado e desenrolava-se em várias fases:
Recolha de Informação: O grupo começava por obter ilegalmente as informações bancárias detalhadas do cliente-alvo.
Recrutamento: Era recrutado um indivíduo para se fazer passar pela vítima (o usurpador de identidade).
Falsificação: Era produzido um documento de identificação falso com os dados do cliente mas com a fotografia do usurpador.
Execução e Lavagem: Com o impostor e o documento falso, eram realizadas as operações fraudulentas ao balcão. Posteriormente, o dinheiro era fracionado e movimentado através de sucessivas operações para dissimular a sua origem ilícita e ser distribuído pelos membros da rede.
Apreensões e medidas judiciais
No âmbito da operação, a Polícia Judiciária realizou diversas buscas domiciliárias e não domiciliárias. Foram apreendidos vários elementos de prova, incluindo:
Documentação diversa
Equipamentos informáticos e de telecomunicações
Cinco viaturas
Adicionalmente, em colaboração com as autoridades judiciárias, foi ordenado o congelamento de saldos bancários associados aos suspeitos. Os quatro detidos serão agora presentes a juízo para a aplicação das respetivas medidas de coação. O inquérito está a ser tutelado pelo Ministério Público de Cascais.
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