Durante décadas, os ficheiros JPEG, PNG e GIF dominaram o panorama digital. Apesar do aparecimento de alternativas mais modernas como WebP e AVIF, estes formatos clássicos mantiveram-se firmes. Agora, o PNG acaba de receber a sua primeira atualização de peso em mais de 20 anos, com o lançamento da terceira edição da sua especificação, tornando-o mais poderoso e versátil do que alguma vez foi.
O World Wide Web Consortium (W3C), a entidade que supervisiona as normas da web, oficializou as novas diretrizes para o formato Portable Network Graphics (PNG). A atualização introduz suporte para animações, uma gama de cores muito mais vasta, metadados Exif e, mais notavelmente, High Dynamic Range (HDR).
Cores de alta gama chegam ao formato clássico
Para permitir a reprodução de imagens em HDR, a nova especificação utiliza a tecnologia CICP. Este método consegue definir o espaço de cor de uma imagem com apenas quatro bytes de dados, o que permite um elevado alcance dinâmico sem aumentar de forma significativa o tamanho do ficheiro.
A melhor parte é que não será preciso esperar para tirar partido desta novidade. Os navegadores baseados em Chromium, como o Chrome e o Edge, assim como o Firefox e o Safari, já estão preparados para renderizar corretamente imagens PNG com estas gamas de cor alargadas.
Animações e metadados Exif recebem luz verde oficial
Embora o suporte para animações em ficheiros PNG exista desde 2001, e navegadores como o Firefox já o suportassem há vários anos, esta funcionalidade nunca tinha sido formalmente incluída na especificação oficial. Com esta terceira edição, os PNGs animados tornam-se um padrão, oferecendo uma paleta de cores superior à dos GIFs, embora à custa de ficheiros um pouco mais pesados.
Outra adição de grande valor, especialmente para fotógrafos, é o suporte para dados Exif. Isto permite incorporar diretamente nos ficheiros de imagem informações cruciais como direitos de autor, o tipo de lente utilizada ou a localização GPS da captura. De acordo com a ProgramMax, os sistemas operativos e programas mais recentes, como o iOS, macOS, Photoshop, DaVinci Resolve e Avid Media Composer, já são compatíveis com a nova especificação.
Um legado de liberdade e o que se segue
O formato PNG nasceu no início de 1995 como uma alternativa livre de royalties ao formato GIF, depois de a detentora da patente do GIF ter anunciado a cobrança de taxas pela sua utilização. Desde então, o PNG tornou-se popular pela sua compressão sem perdas, alta qualidade de imagem e, claro, pelo seu suporte para transparência.
Para o desenvolvimento desta nova edição, o W3C colaborou com especialistas de gigantes da indústria como Google, BBC, Apple, Adobe, NBCUniversal e MovieLabs. O trabalho, no entanto, não fica por aqui. Uma quarta edição poderá chegar em breve para otimizar a compatibilidade entre imagens HDR e SDR, enquanto uma quinta edição já está a ser pensada para melhorar ainda mais os algoritmos de compressão.
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